Rio - O ginásio de ginástica artística do Flamengo amanheceu nesta quarta de portas fechadas. Em protesto contra a situação financeira do clube, a técnica Georgette Vidor levou suas atletas para treinarem na praia, num movimento que ensaiou abraçar outras modalidades rubro-negras, mas acabou se transformando numa ação isolada.
A iniciativa estourou justamente na véspera da reunião que vai definir o futuro do esporte amador na Gávea. O encontro foi definido no início da semana e terá a participação de representantes da cada modalidade.
"A reunião vai servir para a diretoria dar uma satisfação aos funcionários quanto ao pagamento dos atrasados", explicou a vice-presidente de esportes olímpicos Patrícia Amorim, procurando minimizar a situação. "Conversei com a Georgette e ela me garantiu que não existe nenhum tipo de motim. Parar agora não faz muito sentido".
Tanto Patrícia, quanto Georgette estarão presentes à reunião, que ainda contará com o vice de finanças, Murilo Ramos; o vice administrativo, Antônio Joaquim Peixoto de Castro; e o vice social, Alexandre Furtado. Procurada pela reportagem do LANCE!, a treinadora não foi encontrada.
A expectativa é de que o Flamengo defina nesta quinta os investimentos para a temporada 2002 e anuncie o pagamento de pelo menos um mês de salários. Durante a reunião, também serão discutidos os planos do clube para este ano.
No caso da ginástica, as atletas não recebem há cinco meses. Vice-campeã da prova de solo no Mundial da Bélgica, Daniele Hypólito, principal ginasta do país, teve sua ajuda de custo cortada em agosto do ano passado.