Rio - No momento, ele sabe que Murilo e Maurício têm mais votos da comissão técnica e da torcida e estão em sua frente em qualquer pesquisa eleitoral para apontar o dono da camisa 1 do Fluminense. No entanto, Fernando Henrique, de 18 anos, promovido na segunda-feira ao time profissional do Fluminense, sonha com o sucesso. Antes, terá que ouvir do elenco principal as piadas que já o perseguiam nas divisões de base. “Eles gritavam coisas como “Presidente, me passa um cheque aí” ou “Você está falindo o Brasil”. As gozações vinham todo dia. Mas eu até que acho legal.”
Logo, surgiria José Carlos Rodrigues, olheiro que descobriu o goleiro, para se juntar às gozações. “Olha só, o “Presidente do Futebol” tá fazendo sucesso.”
O nome, no entanto, não causa identificação. Fernando Henrique, o goleiro tricolor, não perdoa muitas coisas que seu homônimo vem fazendo na Presidência da República. “ Seu fosse ao invés de ser o Fernando Henrique, goleiro do Fluminense, eu fosse o Presidente do Brasil, daria mais atenção às crianças carentes. Sem dinheiro o povo não vive. Se ele pudesse se candidatar outra vez agora, eu não votaria nele de jeito nenhum. Leio alguma coisa nos jornais para não ficar desatualizado”, garante o jogador, que nem tinha idade para ser eleitor quando o atual Presidente foi reeleito, em 1998.
O goleiro garante que sua mãe se arrependeu de ter votado no Presidente, mas não do nome que deu ao seu filho.
”Todo mundo lá de casa votou no Fernando Henrique. E se arrependeu. Quando ele foi eleito, minha mãe disse: “Com esse nome, meu filho vai ser coisa boa”. Espero corresponder e conquistar meu espaço”, sonha o jovem goleiro.
O curioso é que Fernando Henrique não iria ter este nome. Até que seus pais mudaram de idéia e decidiram homenagear um tio do goleiro. “Eu ia me chamar Francisco em homenagem ao meu avô. Mas os meus pais resolveram colocar Fernando Henrique, por causa de um tio meu”, explicou ele.