Porto Alegre – O vice-presidente de futebol do Internacional, Pérsio França, atribuiu a "gremistas infiltrados" as manifestações contra o técnico Ivo Wortmann, no empate em 3 a 3 com o Cruzeiro, no Beira-Rio, sábado,quando a torcida chamou o treinador de "burro".
“Ao nosso tradicional adversário não interessa que o Internacional se reestruture”, afirmou o dirigente, conclamando os colorados a ficarem atentos. “O nosso rival está infiltrando gente na nossa torcida para orquestrar uma insatisfação prematura, para minar nosso trabalho”, acusou França, sem no entanto apresentar evidências.
O presidente Fernando Carvalho não chega a tanto. Mas lembra dois exemplos de técnicos do Grêmio que foram contestados pela torcida no início do trabalho e, apoiados pela direção, acabaram consagrados.
“A torcida gremista queria derrubar o Felipão, em 93 e 94, mas o presidente Fábio Koff o manteve. No ano passado, o Grêmio começou mal a Copa Sul Minas e o Tite também foi muito criticado, mas a direção o manteve. Não vamos trocar o técnico”, disse.
As principais críticas a Ivo resultaram de sua aparente falta de convicção. Contra o Figueirense, ele usou o esquema 3-5-2. Contra o forte Cruzeiro, voltou ao 4-4-2, abrindo a defesa e tomando três gols. Depois de alcançar o empate, ele retrancou a equipe para garantir o resultado.
O técnico garante que não se abala com a insatisfação da torcida.
“Se o grito de burro me incomodasse, eu não poderia ser técnico. Fechei o time depois do empate porque não se pode atacar que nem índio, como estávamos fazendo. Quanto ao esquema, se dissesse que já cheguei a uma definição, estaria mentindo”, afirmou.
O Internacional volta aos treinos na tarde desta segunda-feira e fica concentrado no Beira-Rio. Na manhã de terça embarcará para Campo Grande, MS, onde na quarta enfrentará o Comercial, estreando na Copa do Brasil.