São Paulo - No ano em que os brasileiros aguardam desconfiados a performance da seleção na Copa do Mundo, os torneios regionais do país estão levando a melhor sobre os principais campeonatos europeus no quesito mais importante: o gol.
No que diz respeito à média de gols marcados por partida, os torneios Rio-São Paulo e Sul-Minas dão de goleada nos campeonatos alemão, espanhol, inglês, francês e italiano.
Em seis rodadas disputadas até agora no Rio-SP, a média é de 3,85 gols por jogo contra 3,26 da competição disputada entre equipes da região Sul e de Minas Gerais.
Nos campeonatos europeus, o número de gols é bem menor. Na Itália e Espanha, por exemplo, países que reúnem astros de todo o mundo, as médias são, respectivamente 2,58 e 2,41 gols por partida.
A média mais alta de gols por jogo entre as competições nacionais da Europa -- que já ultrapassaram a sua metade -- acontece na Alemanha, que tradicionalmente joga um futebol mais compacto, com 2,75 gols por confronto.
Na Inglaterra e na França, esse número não varia muito. Na terra de David Beckham marca-se 2,62 por jogo enquanto que os franceses, atuais campeões mundiais, têm média de 2,35 por partida.
``Isso acontece por causa da má qualidade da defesa das equipes brasileiras, não é mérito dos atacantes'', disse o jornalista Silvio Lancellotti.
O zagueiro Batata, do Corinthians, time que tem a defesa menos vazada do Rio-SP, com média de 0,83 gols tomados por jogo, não concorda.
''O futebol europeu privilegia o sistema defensivo e no Brasil os times estão jogando no ataque, aqui a própria torcida empurra a equipe para a frente'', afirmou o jogador, que, no entanto, admite a fragilidade de alguns clubes.
``Tem também os times que contribuem para isso (alta média de gols), como o América'', completou.
O América, do Rio de Janeiro, tem a incrível marca de 22 gols sofridos e apenas dois marcados -- contra o Guarani, neste último fim de semana. O também carioca Americano já sofreu 18 e marcou apenas oito.
Por outro lado, a equipe mais ofensiva até agora é o São Paulo, com média de três gols marcados por partida, seguido do Jundiaí, com 2,67.
O técnico do Tricolor paulista, Nelsinho Baptista, apontou ainda a arbitragem como fator do aumento dos gols no Brasil.
``Além da disposição dos times em obter a vitória, a arbitragem no país está muito rigorosa e com isso inibe os zagueiros de fazerem faltas e consequentemente os atacantes têm mais espaço para marcarem os gols'', comentou Nelsinho.