México - Os clubes mexicanos podem ``quebrar'' em poucos meses se a Fifa os obrigar a aplicar um novo regulamento para a transferência de jogadores, garantiu o presidente da Federação Mexicana de Futebol (FMF).
``Os clubes perderiam cerca de 80 por cento de seus ativos, por isso estamos pedindo uma prorrogação por três anos à Fifa para a aplicação do novo regulamento (de transferências)'', disse Alberto de la Torre, presidente da FMF.
O México realiza desde 1990 um polêmico sistema de transferências. Em apenas dois dias, todos os clubes se reúnem para trocar jogadores, no que é conhecido como ``mercado de pernas''.
Esse sistema de transferências é a única oportunidade que os jogadores têm para mudar de clube. No entanto, eles são vendidos ou emprestados sem que lhes peçam autorização.
A FMF estará obrigada a aplicar, no final do atual campeonato, o novo regulamento de transferências da Fifa, que diz que um jogador será dono de seu passe ao final do contrato.
``Todos os jogadores que terminem seus contratos são livres para se transferirem internacionalmente'', diz a Fifa no regulamento firmado no dia 5 de julho de 2001 em Buenos Aires, na Argentina.
``Seria um desastre econômico porque os clubes já investiram nos jogadores, e em breve eles vão valer zero pesos. Esses três anos ajudariam as equipes'', disse.
De la Torre prognosticou a ``quebra'' do futebol mexicano, ao dizer que os clubes perderiam 80 por cento de seus ativos e não teriam nenhuma forma de compensar as perdas.
``E não estou falando somente do México, porque esse regulamento quebraria todo o futebol da América'', disse.
Como exemplo, De la Torre disse que o Atlas, que ele preside, é proprietário de cerca de 400 jogadores que atuam nas várias divisões do futebol italiano.
``A economia do Atlas se mantém por causa da compra, venda e empréstimo de jogadores'', disse.
O presidente da federação mexicana espera que esta semana a Fifa mande uma resposta.
``Apresentamos algumas alternativas para que as equipes possam seguir adiante, mas não acredito que as empresas queiram colocar dinheiro se no final ele não vale nada'', disse.