São Paulo - Ele falou, ele gritou, ele gesticulou. E – o mais importante – ele mexeu com a emoção dos jogadores. Durante a preleção do jogo contra o Fluminense, no último sábado, quando a Portuguesa venceu por 4 a 3 em pleno Maracanã, o técnico Valdir Espinosa "incorporou" um ator e chegou a tirar lágrimas dos olhos de alguns jogadores.
Marlon Brando – o autêntico, o original, o vencedor de Oscar – não faria melhor. "Começamos a ganhar o jogo contra o Fluminense na palestra do professor Espinosa. Muitos jogadores chegaram a se emocionar".
"Com palavras, ele fez com que cada um de nós enxergasse seu verdadeiro valor na equipe", diz Ricardo Oliveira.
E é com esse clima de "revolução dramática e psicológica" que a Portuguesa encara o Criciúma, às 20h30, em Santa Catarina, pela segunda fase da Copa do Brasil. "As mudanças são visíveis. Estamos muito mais motivados. E é assim que pretendemos entrar em campo", diz o meia Evandro.
Sobre a mudança de comportamento dos jogadores, Espinosa, há apenas uma semana no cargo, explica que sua prioridade era justamente mexer com o brio dos jogadores.
"O grupo estava psicologicamente afetado. Estavam todos tensos. O que eu fiz foi mexer com o ânimo deles, mostrar que cada um deles tinha capacidade e que não estavam aqui, num clube grande como a Portuguesa, por acaso", explica o "Marlon Brando do Canindé", apelido dado pelos jogadores graças à sua semelhança física com o ator americano.
Para um time considerado "limitado" por Candinho e que temia o rebaixamento no Rio-SP até a semana passada, há de se reconhecer que o trabalho de Espinosa com os jogadores não foi nada mal...