Rio - O Campeonato Estadual que vem sendo disputado no Rio vai ficar economicamente inviável. A TV Globo está rescindindo unilateralmente o contrato de compra dos direitos de transmissão da competição.
Pelo documento, que passou a vigorar em 1999, a TV Globo teria que pagar aos clubes e à Federação de Futebol do Rio (Ferj) R$ 15 milhões pela edição deste ano e outros R$ 15 milhões pelo campeonato de 2003. Mas os clubes estariam desrespeitando diversas cláusulas e a emissora pode não só deixar de pagar a multa rescisória de R$ 8 milhões, como ainda cobrá-la dos clubes e da Ferj.
O presidente do Vasco, Eurico Miranda, anunciou na sexta que seus colegas dos demais clubes se reunirão segunda-feira, na Federação, para tomar uma posição conjunta. ''Em São Paulo, a Globo pagou a multa rescisória e o paulista vem sendo disputado e transmitido pela emissora. Aqui, não houve negociação, foi uma rescisão unilateral'', argumentou.
A diferença é que os grandes clubes paulistas só entrarão na competição depois de terminado o Rio-São Paulo para jogarem o torneio denominado Superestadual, previsto no calendário quadrienal apresentado no ano passado.
Interesse - No Rio, a Federação se insurgiu contra a fórmula de disputa e incluiu todos os sete participantes do Rio-São Paulo na primeira fase do Estadual. Porém, o contrato de compra do estadual do Rio diz que os clubes são obrigados a disputá-lo com suas equipes titulares, o que não vem ocorrendo, e a não jogarem por qualquer outra competição simultânea - o que vem acontecendo com a disputa do Rio-São Paulo, comprado pela mesma TV Globo. O contrato diz ainda que o desrespeito de qualquer uma das cláusulas permite a rescisão e a aplicação de multa da R$ 8 milhões.
Procurado na sexta, o diretor da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto, estava em reunião e a emissora ainda não fez nenhum comunicado oficial a respeito do assunto. Mas os presidentes dos clubes do Rio dizem que a Globo não demonstrou ainda qualquer interesse em aplicar a multa rescisória, estando apenas interessada em deixar de pagar os R$ 15 milhões por uma competição que desaprova e não desperta qualquer interesse nos torcedores.