Buenos Aires - César Luis Menotti, contratado nesta sexta-feira pelo Rosário Central, disse que assumirá com "entusiasmo" a função de técnico, no clube em que iniciou sua carreira como jogador e que permitiu a realização de seus sonhos de infância.

Após declarar à rádio Nacional de Buenos Aires que para assinar o contrato ainda terá que tratar sobre alguns assuntos com a diretoria, Menotti disse que será apresentado neste sábado aos jogadores, na cidade de Rosário.

"Amo profundamente a cidade de Rosário e o Rosário Central é o lugar onde comecei a jogar. Ali e a partir dali eu realizei meus sonhos, primeiro o de jogar na primeira divisão com a equipe, depois o de jogar na seleção nacional. Agora, chego com a intenção de mudar esta realidade triste" vivida pelo futebol e pelo país, afirmou.

"O futebol é a droga que permite recuperar meu estado de ânimo. Se dá também em uma realidade que tem a ver com o agradecimento a este clube que me deu todas as possibilidades", acrescentou o ex-técnico da seleção argentina, campeão mundial em 78.

Menotti criticou as políticas atuais dos clubes, que mandam suas jovens estrelas rapidamente para equipes estrangeiras, o que, disse "não resolveu nada".

A esse respeito, disse que em sua época (1960-1971), "quando um clube vendia um jogador, isso servia para construir um ginásio ou uma piscina ou para aumentar uma tribuna do estádio, e agora eles os vendem, mas a dívida está cada vez maior."

Ao se referir à crítica situação do Rosário Central, à beira da falência e último na classificação do campeonato argentino, afirmou que durante toda sua vida chegou aos clubes "em tempos de crise, porque quando estão bem eles não mudam de técnicos."

Menotti admitiu que a desorganização do futebol argentino provoca nele "um medo espantoso", mas disse que está chegando a um clube que é sua "casa" e isso lhe dá "confiança".

Menotti declarou que não estará no banco no próximo domingo, na partida que a equipe jogará com o Estudiantes de La Plata e disse que "nunca" teve problemas com os torcedores violentos dos clubes.

EFE