Rio - O fim do semestre vai ser penoso para o Flamengo. Praticamente eliminado na Copa Libertadores e no Torneio Rio-São Paulo, o clube carioca vê seus investimentos irem por água abaixo e o agravamento na crise financeira.
Sem receitas em vista, o Flamengo pode amargar, só no futebol profissional, um déficit de até R$ 4 milhões até agosto, quando receberá as cotas de patrocínio da Copa dos Campeões, do Campeonato Brasileiro e a segunda parcela da receita anual da Nike, seu patrocinador.
Com os R$ 2 milhões que recebeu da Nike, em janeiro, o Flamengo contratou os meias Juninho e Leonardo, renovou o contrato de Petkovic e trouxe de volta o lateral Athirson - que, juntos, consomem mais de R$ 800 mil por mês aos cofres do clube.
As receitas pela participação na primeira fase da Copa Libertadores (pouco mais de R$ 2 milhões) e do Rio-São Paulo (R$ 5 milhões) ajudaram a diminuir a inadimplência do clube com funcionários e com o departamento de futebol, que consomem R$ 3,2 milhões por mês.
Agora, com o fim do dinheiro, fontes da Gávea admitem que a única maneira de o clube continuar funcionando é recebendo o adiantamento das cotas de patrocínio do Campeonato Brasileiro (R$ 6 milhões). Situação constrangedora para um time que poderia terminar o semestre com pouco menos de R$ 15 milhões em caixa, se conquistasse os títulos do Rio-São Paulo e da Libertadores.
Outra saída para evitar a quebradeira seria a venda de jogadores, alternativa cogitada por muitos dirigentes. Petkovic, que ganha cerca de R$ 450 mil mensais, deve deixar o clube em julho. Os contratos de Juninho e Leonardo acabam em julho. Até lá, entretanto, os atletas continuarão recebendo seus salários.
No campo, o Flamengo encerrará sua participação no interestadual no próximo mês e disputará a última partida da primeira fase da Copa Libertadores. Possibilidade de título no semestre apenas no falido e esvaziado Campeonato Estadual, onde o clube ocupa a última colocação, com 6 pontos ganhos em oito jogos disputados.