São Paulo - O principal protesto organizado nos últimos 365 dias pela torcida do Santos, que há 18 anos não comemora um título de expressão, caminha para o fim.
Presidente da Torcida Jovem, maior organizada santista, Luciano “Pastel” Nunes, 27 anos, já admite desvirar as faixas mesmo se o clube não for campeão, o que antes era condição para que o protesto terminasse.
“Queremos ver seriedade da diretoria e do grupo de jogadores. A hora que isso acontecer, mesmo que o Santos fique mais dez anos na fila, vamos desvirar as nossas faixas”, garante Pastel.
Desde 18 de março de 2001, um ano atrás, os torcedores santistas assistem aos jogos “de cabeça para baixo”. Nessa data, o Santos sofreu uma humilhante goleada de 5 a 0 para o arqui-rival Corinthians, no Pacaembu, o que detonou a virada das faixas, rotina em todas as partidas do Peixe de lá para cá.
Segundo os principais articuladores, integrantes das organizadas Torcida Jovem e Sangue Jovem, o protesto só acabaria quando o Santos, enfim, conquistasse um título estadual (ou regional, a partir deste ano) ou nacional. Desde 1984, quando foi campeão paulista, o Peixe só levantou mais duas taças: o Torneio Rio-São Paulo, em 97, e a Copa Conmebol, em 98.
“É um direito nosso virar as faixas, mas é uma coisa feia entrar no estádio com o nosso lema e o símbolo do time de cabeça para baixo. A gente não sabe mais o que fazer”, diz Fernando Monteiro, diretor da Torcida Jovem.