São Paulo - Se o Palmeiras se preocupa em arrumar uma maneira de parar o trio França-Kaká-Reinaldo, o técnico Nelsinho Baptista quebra a cabeça para definir uma estratégia que minimize os efeitos dos cruzamentos do lateral-direito Arce.
Dos pés do paraguaio saíram 14 dos 32 gols do Palmeiras na temporada (43,7%). Domingo, contra a Portuguesa, dois dos três gols da equipe nasceram de cruzamentos de Arce.
“É uma das jogadas mais fortes do Palmeiras, mas não é a única jogada”, disfarça o treinador.
Os jogadores do São Paulo também não consideram os cruzamentos de Arce a única opção ofensiva da equipe de Vanderlei Luxemburgo.
“Se o Arce cruzar e não tiver ninguém na área para cabecear, não tem isso”, diz o zagueiro Emerson.
Porém, apesar do discurso, a equipe já prepara a bateria antiaérea. Para evitar os cruzamentos de Arce com bola rolando, Nelsinho Baptista deve deixar Gabriel na lateral-esquerda. Dessa forma, o jogador impediria as subidas do paraguaio.
“Temos que fazer o possível para a bola não chegar no Arce e, se ela chegar, temos que tentar diminuir os espaços”, diz o lateral Belletti.
Para evitar gols em jogadas de bola parada, os zagueiros do Tricolor recomendam marcação individual. Assim sendo, a atenção dos são-paulinos deve estar voltada para Christian, Itamar, Alexandre e Galeano, que já marcaram dois gols cada em cruzamentos do lateral.
“Nós já entramos em campo com a marcação individual determinada nas jogadas de bola parada”, revela Emerson, que também lembra que a equipe dá uma atenção especial ao primeiro pau.
Do lado palmeirense, o técnico Wanderley Luxemburgo reconhece a eficiência dos cruzamentos de Arce e diz que a equipe continuará insistindo na jogada no clássico desta quarta. E o treinador acha difícil para o São Paulo conseguir pará-la.
“É igual na época do Grêmio. Todo mundo sabia que a bola ia para o Jardel. Mesmo assim, quantos gols ele fez?”, compara o treinador, lembrando dos tempos de Arce na equipe gaúcha.