Rio - A contratação do zagueiro Valnei é uma das mais badaladas no Flamengo. Não pelo futebol estilo brucutu, mas pelo alto valor pago por 50% dos direitos federativos (R$1,25 milhão) e o destinatário da quantia: Grapiúna Atlético Clube, que, segundo o presidente José Damasceno, não viu o adiantamento de R$ 400 mil.
O presidente do Conselho Fiscal rubro-negro, Delair Dumbrosck, depois de busca intensa e consciente das incompatibilidades nas informações, revela ter dado 72 horas ao presidente Edmundo dos Santos Silva para prestar esclarecimentos ou então vai encaminhar processo ao Conselho Deliberativo.
“Esse dinheiro está voando e eu quero saber onde ele foi parar. Fizeram o Grapiúna de laranja nessa negociação”, afirma.
No contrato de Valnei, não aparece a assinatura do presidente do Grapiúna Atlético Clube, mas de um representante chamado Álvaro Almeida de Castro, sem autorização. José Damasceno pretende acionar a Polícia Federal para investigar o caso.
“O Álvaro não é representante do Grapiúna e vou indiciá-lo na Polícia Federal por usar indevidamente o nome do Grapiúna, que não recebeu nada na negociação”, garante.
Para piorar a situação, o Flamengo corre o risco de ver o investimento de R$ 1,3 milhão voar. O Santa Cruz, clube de Valnei antes do Grapiúna, vai entrar com ação nesta sexta, na CBF, pedindo o cancelamento do contrato e a volta do jogador – Valnei conseguiu liberdade na Justiça Trabalhista por atraso no Fundo de Garantia (FGTS).
“Já enviamos malote pela Federação para a CBF. Queremos o jogador de volta”, diz o diretor jurídico do Santa Cruz, Hidelfonso Pereira Neto, que demonstra estranheza pelo fato de Valnei ter ido ao Grapiúna com salários de R$ 180, bem menor que os R$ 3 mil que eram pagos.
Nenhum dirigente do Fla foi encontrado para explicar a negociação.