Rio - Aos poucos, Carlos César tenta arrumar a casa rubro-negra. Com apenas quatro jogos para provar ter condições de comandar o time na Copa dos Campeões, em julho, o novo treinador já demonstra sua maior preocupação: o desempenho do setor defensivo esta temporada.
O Flamengo tem a segunda pior defesa do Rio-São Paulo. Em 12 jogos, o time sofreu 33 gols, uma média de 2,75. Só o lanterna América levou mais gols (38) e foi justamente o único time que não conseguiu furar a zaga rubro-negra. Por isso, Carlos César conversou ontem por cerca de 20 minutos com os jogadores antes do treino para tentar impor uma nova mentalidade tática.
"Marcação se resume em determinação. O brasileiro não gosta de jogar sem bola. Damos muito espaços no sistema defensivo e só vamos mudar isso com aplicação. O atacante precisa começar a marcar, fazer pressão na frente. Depois a obrigação passa para o meio e só depois chega aos zagueiros".
Juan concorda com o pensamento do treinador. Para ele, as falhas do setor defensivo não são exclusivas dos zagueiros rubro-negros. "A bomba não pode estourar só lá trás. Todos precisam ajudar. É um trabalho de equipe", garantiu.
Um dos objetivos de Carlos César é que o time fique mais tempo com a posse de bola. E apesar de estar preocupado com o número de gols sofridos pelo Flamengo, já descartou adotar o sistema 3-5-2.
"Não penso usar três zagueiros. É preciso tempo para treinar", disse Carlos César, mostrando ser contra o sistema adotado pelo ex-técnico João Carlos na maior parte do tempo em que dirigiu o Flamengo. "A partir do momento em que o time voltou a jogar com dois zagueiros, as vitórias reapareceram".
Carlos César valorizará os jogadores formados nas categorias de base. Dos titulares que vão enfrentar o São Caetano, só Beto e Juninho não foram revelados na Gávea. "Vou fazer suspense sobre o time. Mas a tendência é esta".