São Paulo - Lúcio, Jorge Mendonça, Careca e Ernani Banana. Quatro nomes que repousam nas mais agradáveis memórias do torcedor do Guarani. Afinal, formaram um dos melhores ataques da história do clube e levaram o Bugre ao terceiro lugar no Brasileirão de 82. Marcaram 53 gols em 20 jogos, média de 2,65 gols por partida, até hoje a maior na história da competição (O Vasco, também em 82, vem em segundo com média de 2,62). Números de um passado glorioso, cada vez mais distante do Brinco de Ouro.
No Torneio Rio-São Paulo, o time que um dia revelou matadores como Evair e Luizão, tem o segundo pior ataque. Fez 14 gols em 12 jogos, baixa média de 1,16 gol por partida, superior apenas ao lanterna América, que marcou nove. Até mesmo Bangu (15) e Americano (16) marcaram mais do que o Bugre. Hoje, o time é ameaçado pelo rebaixamento.
"Olha, não vou dizer que tenho vergonha por estar na frente apenas do América. Nem sei o que dizer. Mas temos que melhorar e começar a marcar logo senão vamos cair", diz o atacante Léo.
A falta de gols, por sinal, tem sido uma das maiores responsáveis pelas fracas campanhas do Guarani. No ano passado, o clube foi rebaixado no Paulistão porque não foi capaz de vencer a Portuguesa Santista, em Campinas. Não foi à toa que teve o pior ataque entre os 16 clubes da competição: 16 gols em 15 jogos.
"Este tem sido um problema crônico do Guarani. Não é de hoje que o time sente a ausência de um jogador de área", analisa o ex-atacante Careca, referência na posição quando o assunto é Guarani.
Para tentar solução, desde 97, quando Aílton foi negociado com o futebol mexicano, a diretoria bugrina contratou inúmeros jogadores (veja ao lado), mas segue sem sucesso. A bola da vez é Zé Afonso.
Mas ele não marcou em sete jogos pelo Rio-SP. "Estamos precisando caprichar mais nas finalizações" diz Afonso.
Mais que o capricho, os atacantes do Guarani precisam de pressa para melhorar seu desempenho. Afinal, o fantasma do rebaixamento, como em 2001, bate às portas do Brinco.