Diogo Finelli
Direto de Belo Horizonte - O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, anunciou oficialmente na
tarde desta segunda-feira em entrevista coletiva na Toca da Raposa 2
o fim da parceria com o fundo de investimentos norte-americano Hicks
Muse Tate & Furst (HMTF). A parceria foi assinada em 1999 e
terminaria em dezembro de 2009.
O cartola cruzeirense disse que a rescisão ainda é verbal, mas que
não haverá nenhum desdobramento jurídico. Perrella afirmou que o
prejuízo do grupo americano com o clube mineiro gira em torno de R$
50 milhões, dinheiro que foi investido nos primeiros anos de parceria
com contratações de reforços, pagamento de salários, participação na
construção da nova sede, da Toca da Raposa 2 e nas categorias de
base.
"Eles vão cumprir tudo, foi uma quebra de contrato amigável. A Hicks
teve muitos prejuízos. Só com a TV (PSN), eles perderam U$ 1,2
bilhão, portanto, U$ 50 milhões não é nada. O rompimento não foi ruim
para o Cruzeiro", disse Perrella.
Mesmo com o término da parceria, a Hicks ainda detém 50% do passe do
zagueiro Luisão, do meia Viveros, do atacante Oséas e do lateral-esquerdo Juan Pablo Sorín, que foi vendido no mês passado para a
Lazio por U$ 9,5 milhões. Com os U$ 4,5 milhões a que tem direito
nesta negociação, o prejuízo da Hicks com o Cruzeiro deverá ser
reduzido para R$ 40 milhões.
Perrella analisou os dois anos de parceria que o Cruzeiro manteve com
a Hicks Muse, e falou sobre o futuro desse tipo de negócio no futebol
brasileiro. "No Cruzeiro, nós não temos visão mercantilista, nós
queremos títulos. Esse é o problema. Eles visam lucro, nós visamos
títulos. Logo, não seria possível continuar. Chegamos à conclusão que
não precisamos da Hicks para nada. O que eles arrecadaram, nós
podemos arrecadar também. No futebol de hoje, ninguém mais vai
investir como eles investiram. As receitas caíram e não compensaria
repetir a dose", disse.