Buenos Aires - O meia Riquelme, astro do Boca Juniors, voltou a treinar nesta sexta-feira com sua equipe depois do seqüestro e libertação de seu irmão mais novo Cristian, e é possível que, no domingo, jogue a partida contra o Unión, na décima-segunda rodada do Torneio Clausura argentino.
Riquelme foi o primeiro jogador da equipe a chegar ao treino no campo reserva do clube, disseram fontes do Boca, que acrescentaram que o jogador "estava bastante relaxado". "Ele está se recuperando de uma situação dificílima. Temos a expectativa de que possa estar em condições de jogar o mais rápido possível, mas não é nossa intenção apressá-lo", disse o treinador Oscar Tabárez à imprensa.
No último lance do treino, Riquelme, que mostrou estar em forma, participou de uma pelada de 20 minutos de duração e posteriormente se reuniu a sós com Oscar Tabárez durante meia hora.
Cristian Riquelme, de 16 anos, jogador das equipes juvenis do time de segunda divisão Platense, foi seqüestrado na noite de terça-feira por uma quadrilha que exigiu a seu irmão Juan Román, mediante ligações para seu telefone celular, um resgate de US$ 300 mil.
Fontes ligadas ao jogador do Boca Juniors disseram que Riquelme, que negociou com os seqüestradores sem a participação da polícia, pagou cerca de US$ 160 mil, e depois Cristian foi libertado, na madrugada da quinta-feira.
Cristian era esperado hoje no treino dos jogadores juvenis do Platense, mas não compareceu.
O governador da província de Buenos Aires, Felipe Solá, disse hoje que "há muitos seqüestros-relâmpago "em seu território", o mais povoado da Argentina, e que, se se paga resgate, "continuarão acontecendo".
"É ruim para o futuro" que se tenha pago resgate pela libertação de Cristian Riquelme, advertiu Solá, ao sustentar que isso, embora compreensível do ponto de vista dos familiares, para os delinqüentes implica que sua ação "teve sucesso e podem pensar em fazê-lo de novo".