Rio - Os Federações e a CBF oficializaram nesta segunda-feira a guerra com as ligas, ao impor restrições ao seu funcionamento e assumir a organização do Campeonato Brasileiro.
Os dirigentes se reuniram na Granja Comary, em Teresópolis e saíram afirmando que contam com o apoio da Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão de todas as competições. Os clubes fazem a ameaça de uma desfiliação em massa.
Com a presença de todos os presidentes de federações e de Ricardo Teixeira, a Assembléia Geral da CBF modificou a Resolução de Diretoria 13/01, que regula as ligas. O texto tira qualquer poder das ligas, ao condicionar todas as suas decisões e funcionamento à aprovação da CBF.
No artigo 4, parágrafo único, a CBF retoma a realização do Brasileiro de 2002, que tinha cedido à liga na elaboração do calendário quadrienal. Apenas as copas regionais, reduzidas, ficariam com as ligas. “A CBF nunca perdeu o Brasileiro”, afirmou o vice-presidente da CBF na Região Nordeste, Alfredo Nunes.
A RDI estabelece que todas as competições que as ligas organizarem vão ter que ser aprovadas pela CBF. A intenção é que as ligas se limitem a cuidar de patrocínios e negociações de cotas de TV.
O presidente da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto, esteve em Teresópolis. Segundo o presidente da Federação Gaúcha, Emídio Perondi, o executivo apoiou a decisão. “Ele disse que aceitaria o que nós decidíssemos”, afirmou Perondi.
Representantes da emissora não foram encontrados para falar sobre o assunto. Se for confirmada a posição, as federações passam a contar com uma poderosa aliada, já que a Globo Esportes apoiava o calendário quadrienal.
O calendário não vai ser cumprido em 2003 se depender das federações e de Teixeira. Ainda não há uma definição, mas a intenção é fortalecer os estaduais e enfraquecer os regionais. Há a possibilidade de se aumentar o Brasileiro, mas as federações resistem à idéia, preferindo mantê-lo apenas no segundo semestre.