Rio - A gaúcha Lenita Kurtz, de 55 anos, uma administradora de empresas residente em Porto Alegre, é a mulher com quem Pelé teve um relacionamento-relâmpago em 1969, do qual nasceu a menina Flávia Christina, em 6 de janeiro de 1970.
Segundo Lenita, o caso foi preservado por tanto tempo porque o segredo pertencia à filha, que ficou sabendo do fato aos 18 anos, e não a ela.
“Estou me livrando de um peso de 32 anos. Mas sou grata ao Pelé, pelo respeito mútuo e pela forma como sempre acolheu a Flávia”, declarou Lenita ao jornal Zero Hora.
A administradora de empresas havia revelado seu segredo a uma repórter em 1992, com a condição de que só viria a público com seu consentimento, dependendo das circunstâncias. Dez anos depois, diante da notícia de que o ex-sócio de Pelé, Hélio Viana, revelaria a existência de Flávia à revista IstoÉ Gente, ela liberou a divulgação, para que a história fosse conhecida como de fato aconteceu.
Lenita, que é casada e tem outras duas filhas – Vivian, 24 anos, estudante de Direito, e Priscilla, de 20, estudante de Ciência da Computação – contou que conheceu Pelé em abril de 1969, quando ele esteve em Porto Alegre com a Seleção Brasileira para um jogo contra o Peru, no festival de inauguração do Beira-Rio, o estádio do Internacional.
Morena de olhos verdes, a então estudante chamou a atenção do Rei numa festa oferecida pelo lateral-esquerdo Everaldo, do Grêmio e da Seleção, de quem era amiga. Naquela noite, começou o namoro. Depois, encontraram-se mais duas vezes, e no dia 8, quando a Seleção embarcou de volta, ela foi ao aeroporto se despedir. E nunca mais conversaram.
Lenita se mudou para São Paulo, onde teve a filha, em janeiro de 1970, e onde se casaria, no ano seguinte. Só quando Flávia completou 18 anos, ela contou quem era seu verdadeiro pai. Até então, havia compartilhado o segredo com apenas uma pessoa: sua amiga Elizabet Kael, que estava na festa, em 1969, e hoje é artista plástica em Porto Alegre.
Lenita lembra de ter visto Pelé em pessoa apenas mais uma vez. Foi em 1972, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ela ia embarcar para o Rio de Janeiro e, por acaso, ficou a alguns metros de Pelé, num balcão de cafezinho. Flávia, com 2 anos, vestia a camisa da Seleção e brincava por ali. Não houve cumprimentos.