Johanesburgo - Um inquérito sobre o pior desastre em um estádio de futebol da África do Sul, no qual 43 pessoas morreram, culpou uma combinação de eventos mas não apontou nenhum responsável pela tragédia.
A divulgação da comissão que investigou o episódio foi feita no escritório do presidente Thabo Mbeki na quinta-feira, dia do aniversário de um ano da tragédia de Ellis Park.
Mais de 100 pessoas ficaram feridas no incidente de 11 de abril do ano passado, quando cerca de 75.000 torcedores se envolveram em um tumulto para tentar um lugar no estádio que tem capacidade para 60.000 pessoas, antes de uma partida entre Orlando Pirates e o rival Kaizer Chiefs.
"Ele (relatório provisório) não teve alvos individuais", disse o porta-voz de Mbeki, Bheki Khumalo. "Levarão mais alguns meses antes do relatório final ser divulgado", acrescentou.
O relatório diz que os organizadores esperavam apenas 50.000 torcedores. Os representantes do estádio de Ellis Park imprimiram 62.000 ingressos, um pouco acima da capacidade.
Ele aponta ainda que nem o time do Kaizer Chiefs nem o Ellis Park assumiram a responsabilidade pela segurança durante a partida.
"Havia também um desacordo ou confusão em relação às áreas de responsabilidade. Isto resultou em uma prática de segurança que não era ideal", diz o relatório.
"Ninguém se incumbiu ou aceitou a responsabilidade de monitorar a multidão dentro do estádio. Não havia uma pessoa em todo o evento que recebesse toda a informação e tomasse decisões", continua o documento.
O relatório afirma também que o anúncio de que os ingressos estavam esgotados durante um protesto de torcedores contra a falta de lugares foi "inapropriada e precoce".