Rio - Quando se fala em cortar custos em clubes de futebol, é normal que se pense logo em salários, dispensas de jogadores e de técnicos. Mas o Fluminense promete radicalizar. Eliminado da Copa do Brasil e do Torneio Rio-São Paulo e vendo-se sem receitas para cumprir seus compromissos, o clube estuda um meio de sobreviver na grave crise que atravessa.
“Vamos estudar tudo o que pudermos enxugar. Do antiinflamatório à questão salarial, passando até por bolas de treino. Aqui, a cada vinte treinos, a bola vai para o juvenil. Cada uma custa quase R$ 100”, diz o vice de futebol, Marcelo Penha.
Tamanha crise faz supor que o clube não terá como manter uma comissão técnica que, mensalmente, representa um custo de quase R$ 350 mil.
“Vamos refazer o planejamento. Cortaremos tudo para tentar evitar atingir pessoas e salários. Mas as receitas são muito pequenas. Vamos mostrar a nova realidade do clube à comissão técnica na segunda-feira. Quem se engajar, continua no clube”, disse Penha.
Provavelmente, o técnico Oswaldo de Oliveira e seus auxiliares vão ouvir uma proposta de redução salarial. Para ficar no clube, Oswaldo teria que aceitar, ainda, uma nova rotina com viagens mais baratas, hospedagens em hotéis mais modestos e a troca da concentração, que hoje é feita num dos melhores hotéis do Rio.
“A permanência da comissão técnica depende deste planejamento e da aceitação do projeto. Os custos do futebol são altíssimos e, a curto prazo, o futuro que eu vejo é negro”, emenda o dirigente tricolor.
Ainda abalado com a derrota para o Brasiliense, o técnico Oswaldo de Oliveira decidiu viajar com a família e, segunda-feira, se reúne com a diretoria.