São Paulo - Atacante rápido, de dribles longos, mas de pouca habilidade, Deivid nunca se caracterizou pelo número de gols marcados. Nesta Copa do Brasil, no entanto, o camisa 9 do Corinthians mudou sua trajetória.
No embalo da campanha do time, que marcou dez gols nos três primeiros jogos, tornou-se artilheiro da competição com sete gols em sete jogos – média de um por partida. Sem muito estardalhaço, deixou para trás nomes como Romário, Dodô, Christian e França, adversário desta quarta. Novidade para ele até.
Nunca pensei em ser artilheiro, ainda mais aqui no Corinthians. Mas você tem de estar preparado para isso. Quando tiver chance, tem de aproveitar", diz, sem o discurso ambicioso que cercam os goleadores.
Os gols são tão especiais – ou incomuns – que ele lembra um a um dos 11 que marcou nesta temporada – quatro pelo Rio-São Paulo. "Contra o River (do Piauí, no jogo de ida) tive de chutar duas vezes para a bola entrar", relata o atacante.
Narrações curiosas que um França, por exemplo, não seria capaz de construir. Por quê? Pelo fato de o são-paulinos ter marcado 24 gols neste ano, mais do que o dobro de Deivid.
A vantagem, entretanto, é do corintiano. Na Copa do Brasil, competição que está em jogo, Deivid segue vencendo por 7 a 5.
Por isso França quer mudança.
"Dida costuma dar sorte contra o São Paulo. Temos que caprichar mais. Às vezes, a bola está saindo meio mascada, isso facilita para o goleiro", afirma o são-paulino.
No jogo aéreo, Deivid também tem mostrado eficiência. Dos 11 gols marcados neste ano, seis foram de cabeça – quatro pela Copa do Brasil.
"O esquema do Corinthians favorece esse tipo de jogada. Gil fica bem aberto na ponta cruzando bolas para o Deivid, que entra do outro lado. É preciso tomar cuidado com esse tipo de jogada", alerta França.