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Veterano aos 24, Müller barra Klose e vira talismã alemão

21 jun 2014 - 09h59
(atualizado às 10h16)
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<p>Versátil e inteligente, Müller definiu a própria posição como "Raumdeuter" - algo como "intérprete do espaço"</p>
Versátil e inteligente, Müller definiu a própria posição como "Raumdeuter" - algo como "intérprete do espaço"
Foto: Getty Images

Nas últimas três Copas do Mundo, a Alemanha havia se acostumado a ver em Miroslav Klose o sinônimo de gol. Foram cinco em 2002, cinco em 2006 e outros quatro em 2010, que o levaram ao posto de segundo maior artilheiro da história dos Mundiais, atrás apenas do brasileiro Ronaldo. Porém, aos 36 anos, o centroavante da Lazio não tem mais o rendimento de antes, e viu seu lugar como titular e talismã da seleção alemã ser tomado por um "veterano" bem mais jovem: Thomas Müller.

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É até estranho pensar que Müller, presença constante nos principais jogos e torneios do futebol mundial nas últimas cinco temporadas, tem só 24 anos. Antes da última Copa, em que ele marcou cinco gols e foi eleito o melhor jogador jovem da competição, ele havia acabado de ser promovido ao time principal do Bayern de Munique. Agora, o técnico Joachim Löw já fala dele como um dos mais experientes do grupo.

<p>Com apenas 24 anos, Müller é um dos "veteranos" da jovem Alemanha e um dos principais responsáveis pelo bom ambiente no vestiário</p>
Com apenas 24 anos, Müller é um dos "veteranos" da jovem Alemanha e um dos principais responsáveis pelo bom ambiente no vestiário
Foto: Instagram poldi_official / Reprodução

"Ele é muito importante, motiva os colegas do ponto de vista esportivo", elogiou Löw. "Ele é imprevisível, está sempre pronto para marcar o gol. E fora de campo também motiva os companheiros, ele é divertido, sempre positivo, se comunica e conversa com todos na mesa. Ele integra e envolve os demais, cuida dos jogadores mais jovens... Ele consegue passar alegria e espontaneidade, e isso realmente é muito bom para a nossa equipe".

O excelente desempenho de Müller para melhorar o clima da seleção no vestiário não é surpresa para um jogador que se notabilizou por fazer bem múltiplas funções. Comumente escalado como segundo atacante no Bayern, ele jogou como ponta direita na última Copa, sua posição mais frequente na seleção alemã até o ano passado. Nesta temporada, Guardiola chegou a usá-lo como meio-campista no clube, e na última segunda-feira, ele destruiu Portugal com três gols jogando como centroavante.

Nem mesmo ele sabe qual é sua melhor posição. Müller é um futebolista estranho: não tem a habilidade de um Messi, a potência de um Cristiano Ronaldo ou a velocidade de um Neymar. Sua força está na cabeça – não só na ótima técnica de cabeceio, do alto de seus 1,86 m, mas na inteligência com que se movimenta e aparece sempre no lugar certo para dar prosseguimento ou finalizar as jogadas. Ele não precisa ser um gênio com a bola, porque é um gênio sem ela.

Nas palavras do próprio Thomas, ele é um "Raumdeuter" – na língua alemã, que tem algumas expressões impossíveis de serem fielmente reproduzidas em outros idiomas, seria algo como "o intérprete do espaço". Ele se posiciona de acordo com as circunstâncias, com aquele instinto de quem sabe onde a bola vai estar.

Neste sábado, ele coloca suas habilidades únicas em ação novamente na Copa do Mundo, contra Gana, em Fortaleza, a partir das 16h. O técnico do time africano, James Appiah, já avisou que Müller "não vai conseguir nada muito fácil" de sua defesa, após os três gols sobre Portugal na estreia. Mas ele não precisa de facilidades – apenas de um segundo de desconcentração, para que ele veja dentro da área o espaço que ninguém mais vê.

Fonte: Terra
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