ANÁLISE: Arrascaeta entregou aquilo que poderia entregar se fosse titular desde o início no Uruguai
Meia começa entre os 11 pela primeira vez na Copa do Qatar e chamou a responsabilidade, ainda que a classificação não tenha acontecido
Eleito o melhor jogador do futebol brasileiro na atual temporada, após vencer a Copa do Brasil e a Libertadores, Giorgian de Arrascaeta foi a surpresa tática de Diego Alonso para o jogo contra Gana na última rodada do Grupo H da Copa do Mundo.
Titular pela primeira vez no Qatar, o camisa 10 foi o autor dos dois gols da vitória celeste, que dariam a classificação ao Uruguai se não fosse a vitória da Coreia do Sul sobre Portugal. Mesmo com a eliminação, a titularidade do craque foi justificada.
Arrascaeta começou jogando pela esquerda, mas sem nenhuma posição fixa, já que também apareceu pela direita do campo, dando mais versatilidade e ofensividade ao Uruguai.
A entrada do camisa 10 mudou completamente o estilo de jogo uruguaio, que estava mais perigoso e mais leve. Luis Suárez descia para recepcionar e conectar com Darwin Núñez, que estava mais sozinho. Varela, companheiro do meia no Flamengo, e Pellistri, atacavam mais pelas pontas e Valverde flutuava no gramado.
O Uruguai foi superior à Gana por conta da participação efetiva de Giorgian de Arrascaeta, que não havia sido titular em nenhum dos jogos da seleção na fase de grupos, mesmo sendo um dos maiores responsáveis pela classificação da Celeste para a Copa do Qatar.
Com um empate e uma derrota nas duas primeiras rodadas, a Celeste poderia não ter sofrido tanto e não ter sido eliminada se o técnico Diego Alonso utilizasse o meia em todas as partidas.
Arrascaeta tornou o Uruguai mais ofensivo, mais perigoso, criou chances claras e aproveitou as sobras dos companheiros. Atuando como atua no Flamengo, sendo peça-chave e uma espécie de "coringa" no meio-campo, o camisa 10 deu opções ao time e foi o maior nome da vitória uruguaia. Ainda que não tenha significado a classificação, significou que o uruguaio não deveria ter sido reserva.