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Árbitro auxiliar diz que deixou de ser escalado após assumir ser gay: 'Estou passando necessidade'

Registrado na CBF, John Andson Alves Ribeiro alegou retaliação da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol (CEAF)

14 set 2022 - 20h42
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O árbitro assistente John Andson Alves Ribeiro afirmou em entrevista a "Rádio Jornal", de Pernambuco, que não consegue mais trabalhar com o futebol - sua única fonte de sustento - desde que se assumiu homossexual. O profissional relatou que, inclusive, já foi ameaçado por um membro da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol (CEAF).

Assistente afirmou que recebeu ameaça para não expor relacionamentos nas redes (Reprodução/Youtube Rádio Jornal)
Assistente afirmou que recebeu ameaça para não expor relacionamentos nas redes (Reprodução/Youtube Rádio Jornal)
Foto: Lance!

O auxiliar, popularmente chamado de "bandeirinha", afirmou ainda que está passando necessidade por não ter renda, já que os profissionais recebem por jogos trabalhados.

- Eu estou passando necessidade. Mas essa necessidade que estou passando hoje... Eu sei que Deus vai me abençoar. Hoje eu só tenho a arbitragem para dar o meus sustento. Minha mãe é dona de casa. Meu padrasto é caminhoneiro, às vezes não pega frete, às vezes pega, e assim a gente vai se virando - disse John Adson.

O auxiliar disse ainda que sustenta essa situação há dois anos e fez uma denúncia de uma suposta ameaça que ele teria recebido.

- Eu segurei esses dois anos de uma forma muito dolorida. Teve presidente da CEAF que disse para mim: 'cuidado nas fotos que você posta com seu companheiro'. Eu disse: 'Como é a história?', 'É isso mesmo. Cuidado nas fotos que você posta com seu companheiro'. Eu nunca postei uma foto beijando meu companheiro. E se postasse, que mal há? - relatou.

Presente na conversa, o presidente da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (ANAF), Salmo Valentim, se disse surpreso com a denúncia e disse que lamenta a situação.

- É um ambiente de disputas desiguais, de egoísmo total. Esse desabafo que John fez, poucos têm coragem. Existe, de fato, um preconceito, é um assunto que precisa ser debatido e combatido. Alguns presidentes de comissões estaduais agem dessa maneira, eles não vem a público dizer nada mas cometem retaliações tirando o profissional que é um prestador de serviço, como eu costumo dizer: ceifando sonhos. Eu lamento - completou.

Questionado sobre alguma medida da ANAF, Salmo afirmou que oferece ajuda a quem procura a associação.

- Para qualquer pessoa que me procura, eu tento disponibilizar recursos ou meios para que o árbitro possa suprir a necessidade momentânea - disse.

Lance!
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