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Em Paris, argelinos vibram com atuação "heroica" de goleiro

30 jun 2014 - 21h24
(atualizado às 22h41)
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Argelino se cobre com bandeira para festejar participação na Copa
Argelino se cobre com bandeira para festejar participação na Copa
Foto: Mário Camera / Especial para Terra

Assim que o árbitro apitou o fim dos 90 minutos do tempo regulamentar entre Alemanha e Argélia, torcedores argelinos tomaram as ruas de Paris para comemorar com gritos e buzinaços a atuação da seleção africana, que segurou o empate contra uma das favoritas da Copa do Mundo. No tempo normal, a equipe foi pressionada, mas manteve o 0 a 0. Na prorrogação, levou 2 a 1 e foi eliminada nas oitavas de final da Copa do Mundo.

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O gol de Schürrle aos 2min da prorrogação calou centenas de pessoas que se aglomeravam em bares e ocupavam a pista em busca de um ângulo para tentar ver o jogo na rua Ramey, do lado leste da montanha de Montparnasse, tradicional bairro de imigrantes da capital francesa.

O goleiro argelino Raïs M'Bolhi salvou a Argélia do ataque alemão e foi o principal responsável pelo 0 a 0 que prevaleceu durante o tempo normal. Os gols só surgiram na prorrogação: depois de Schürrle, Özil marcou para a Alemanha, e Djabou descontou.

“Jogamos bem, mas não tivemos sorte. Essa Copa está mostrando que não existe favorito porque tudo se decide a cada jogo. Hoje (segunda-feira), quase vencemos porque o nosso goleiro foi formidável. Foi o homem do jogo”, disse o estudante Raouf Abdel

Coberto com uma bandeira da Argélia, Nedal Bokusul acompanhava o jogo em pé no asfalto e pronunciava, em voz baixa, a expressão “Inch Allah” (“se Deus quiser”, em árabe). A resposta vinha com as defesas de M’Bolhi, que incendiavam a torcida. “O futebol é assim. Chegamos muito perto hoje, mas o time deu orgulho. Jogaram como heróis. Não se entregaram. Fizeram um gol já nos acréscimos da prorrogação”, disse Bokusul.

A Argélia, ex-colônia francesa, é a origem de cerca de 1,3 milhão de imigrantes e descendentes que vivem na França atualmente – formando a maior comunidade de estrangeiros no país europeu. Com pouca tradição no futebol, a Argélia disputa no Brasil sua quarta Copa do Mundo, mas sua torcida é fanática pelo esporte. Sua estreia em mundiais ocorreu em 1982.

Comunidade argelina em Paris aprovou desempenho de goleiro
Comunidade argelina em Paris aprovou desempenho de goleiro
Foto: Mário Camera / Especial para Terra

A memória daquele Mundial ainda é traumática para muitos argelinos. Eles estrearam em Copas batendo a então Alemanha Ocidental por 2 a 1, mas não passaram da fase de grupos por causa do saldo de gols.

A eliminação da Argélia foi definida num jogo entre alemães e austríacos conhecido como “O Jogo da Vergonha” porque, depois de a Alemanha fazer 1 a 0, os dois times pararam de se atacar porque se classificavam com o resultado. “Parece um sonho. Vamos vencer a Alemanha hoje para dar o troco daquele jogo arranjado”, dizia ao Terra o estudante de História Adil Boukerchaou, poucos instantes antes de ser “acordado” pelo primeiro gol alemão.

Fonte: Especial para Terra
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