À holandesa, Argentina também adota tática da moda na Copa
México, Holanda e Costa Rica venceram com três zagueiros. Sabella provavelmente irá trocar seu quarteto fantástico por esse sistema
A tensão natural de um jogo de estreia. Fernando Gago e Gonzalo Higuaín sem boas condições físicas. A ofensividade do adversário e a lembrança do último encontro. Por fim, as vitórias de mexicanos, holandeses e costa-riquenhos, todos com três defensores.
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Alejandro Sabella quis fazer mistério, mas tem alguns motivos e deverá escalar a Argentina de maneira bem mais cautelosa para abrir a Copa do Mundo, às 19h (de Brasília) deste domingo, contra a Bósnia. No Maracanã, isso deve significar mais um zagueiro (Hugo Campagnaro) e menos um atacante (Higuaín). É a formação que os argentinos chamam de 5-3-2.
Nesta Copa do Mundo, três seleções já venceram partidas duras justamente com desenhos táticos similares. Os holandeses surpreenderam a atual campeã do mundo Espanha e golearam por 5 a 1 - um gol para cada defensor escalado por Louis Van Gaal. Neste jogo, prevaleceram as bolas longas e os contra-ataques para uma dupla de ataque letal com Arjen Robben e Robin Van Persie. Também um 5-3-2.
Se a Holanda conseguiu surpreender, o que dizer da Costa Rica de cinco jogadores na primeira linha, quatro meio-campistas e apenas Joel Campbell no ataque? Foi assim que o Uruguai também foi surpreendido no sábado e perdeu por 3 a 1. Já um dia antes, o México se mostrou um time com mais liberdade para os laterais, mas simplesmente três zagueiros fixos e três jogadores de marcação e boa dinâmica na faixa central. Sistema similar ao cogitado para a Argentina.
Sabella só conseguiu ver 45 minutos de Espanha x Holanda, mas também tem na memória os 2 a 0 da Argentina sobre a Bósnia em novembro. Naquele dia, jogou de maneira similar à que levará ao Maracanã. Entre cinco defensores, nenhum tem vocação para atacar. Mascherano ainda os protege, e Maxi Rodríguez, Di María, Messi e Kun Agüero cuidam do resto. É o sistema 5-3-2, ou o "Sabellismo", como usou um jornalista argentino para descrever o conservadorismo do técnico.
"Às vezes, se você põe quatro atacantes, eles jogam entre eles e pode não haver espaço. Quando se perde a posse, há quatro jogadores na frente da bola. A quantidade é relativo e o que importa é ocupar os espaços. Tenho minha maneira de pensar. Escutei de um grande treinador que não se pode atacar bem sem defender bem ou defender bem sem atacar bem", explicou Sabella.
Já na próxima partida, diante do Irã em Belo Horizonte, é provável que o treinador pense em dar espaço a Higuaín e retire um defensor. Por enquanto, o Quarteto Fantástico na Copa continua sendo um sonho. Ainda é hora do Sabellismo.