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Ricci irrita Martino e Messi, mas controla clássico quente

16 jun 2015 - 22h55
(atualizado em 17/6/2015 às 13h13)
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O clássico mais tradicional da América do Sul – e, normalmente, também o com ânimos mais exaltados – era um teste de fogo para a estreia de Sandro Meira Ricci na Copa América. No entanto, o árbitro brasileiro conseguiu controlar bem os nervos que inevitavelmente afloraram e, apesar de ter expulsado o técnico Tata Martino e irritado o astro Lionel Messi, não fugiu de suas características ao apitar a vitória por 1 a 0 da Argentina sobre o Uruguai, nesta terça-feira, em La Serena.

Foram 35 faltas marcadas, um número totalmente condizente com a média de Ricci nos últimos dois Campeonatos Brasileiros, segundo o Footstats: 34 em 2013, e as mesmas 35 no ano passado. Além disso, todos os seis cartões amarelos mostrados foram merecidos – e poderia ter sido até mais, especialmente para os uruguaios.

Ricci dá cartão amarelo após falta dura de Lodeiro em Zabaleta
Ricci dá cartão amarelo após falta dura de Lodeiro em Zabaleta
Foto: Paolo Aguilar / EFE

Em um jogo tenso e pegado desde o apito inicial, Ricci teve dificuldades devido à marcação dura do time celeste, com várias entrada de força exagerada em cima dos argentinos. A partida era relativamente tranquila até os 30min, quando Lodeiro chegou forte em Zabaleta e levou amarelo – Martino reclamou, pedindo a vantagem, e o árbitro optou por expulsar o treinador, levantando um tradicional coro de "filho da p..." de parte do Estádio La Portada.

"A expulsão acho que foi porque coloquei dei dois ou três passos no campo", afirmou o técnico em entrevista após a partida.

Brasileiro expulsou Tata Martino ainda no primeiro tempo de jogo
Brasileiro expulsou Tata Martino ainda no primeiro tempo de jogo
Foto: Mario Ruiz / EFE

Sem apelar para muitos cartões ou marcar qualquer contato como falta, Ricci fugiu da fórmula fácil para controlar clássicos desse tipo, que normalmente estragam o jogo. Não se alterou quando Mascherano gritou em sua cara após levar cartão por uma entrada forte em Lodeiro, e terminou o primeiro tempo sem maiores complicações.

Na segunda etapa, porém, as coisas esquentaram mais, e Messi passou a se irritar com o brasileiro. Primeiro, o craque recebeu falta de Arévalo, e Ricci deu corretamente a vantagem; porém, o argentino seguiu desequilibrado no lance e perdeu disputa com Álvaro Pereira na sequência. Mas o árbitro não deu a falta.

Tata Martino acompanhou o restante da partida dos camarotes do estádio
Tata Martino acompanhou o restante da partida dos camarotes do estádio
Foto: Mario Ruiz / EFE

Depois, Messi levou uma verdadeira "machadada" de Arévalo no meio-campo, mas Ricci não deu o cartão. Por fim, o camisa 10 ficou indignado e chegou a esmurrar o chão após não ter uma falta de Lodeiro marcada sobre ele – nessa última, porém, Ricci pareceu ter a razão.

Uruguaios e argentinos guardaram a parte mais quente para o final. Houve dois empurra-empurras que Ricci resolveu apenas na conversa, sem expulsões: primeiro, Garay e Muslera se desentenderam na área; depois, Messi se irritou de novo após levar um carrinho forte de Álvaro Pereira. Nada de cartões.

Sandro Meira Ricci teve trabalho para controlar o ânimo dos jogadores
Sandro Meira Ricci teve trabalho para controlar o ânimo dos jogadores
Foto: Javier Valdés / EFE

Os dois últimos amarelos ficaram para os minutos finais: o goleiro argentino Romero levou o dele por fazer "cera" para repor a bola, enquanto Álvaro Pereira, depois da enésima falta feia, também não teve como escapar. Assim, Ricci mostrou que os árbitros brasileiros também podem acertar e manter um clássico sob controle – sem serem eles mesmos as estrelas da partida.

Fonte: Terra
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