Atleta brasileiro fala sobre experiência futebol internacional
Alisson Maciel 'Kadinho' começou na base do Remo, Paysandu e Esmac, já passou por times na Espanha e Arábia Saudita, e agora brilha no Nantes da França
Inspiração. É isso que o jogador Alisson Maciel, ou Kadinho como é mais conhecido, de 27 anos, deseja ser. Brilhando no Campeonato Francês de Futsal com o Nantes, vestindo a camisa 10 do time, o ala paraense iniciou a carreira nas quadras cedo, quando ainda morava em Limoeiro do Ajuru, cidade do interior do Pará, a 719 km de Belém.
- Eu comecei na rua. Antes, desde pequeno queria ser músico, meu pai foi músico por um tempo e eu queria ser também. Mas, as pessoas me falavam "por que você não joga? você joga bem" e aquilo foi entrando na minha cabeça de um jeito que eu realmente vi que era aquilo que eu queria. E virou meu trabalho - disse o jogador.
E assim foi o começo da história de Kadinho no futsal. Sua primeira equipe foi a "Charque", onde atuou em jogos estudantis. A partir disso, o jogador atuou na base do Clube do Remo, base e adulto do Paysandu, e na base e adulto da Esmac, o último time paraense por onde passou.
- Disputei com a Esmac a Taça Brasil, que aconteceu em Belo Horizonte, fiz um bom campeonato e então recebi propostas pra jogar no Sul. Passei por clubes no Paraná, como o Coronel Futsal e Palmas Futsal, e no Rio Grande do Sul, passei pelo Sercca e Guarani - explicou.
E foi no Guarani, de Frederico Westphalen, que o ala recebeu a proposta para jogar fora do país, oportunidade a qual o jogador não pensou duas vezes antes de "agarrar".
- Sempre quis morar fora do país, e aí recebi a proposta para jogar no Ribera Navarra e fui para a Espanha, onde passei uma temporada e conquistei o título da Copa Navarro da primeira divisão - disse.
Depois da Espanha, Kadinho também passou uma temporada na Arábia Saudita, onde brilhou no Ettifaq Club e conquistou o campeonato na Liga Saudita com oito gols e cinco assistências. Atualmente, o jogador atua no Nantes da França, e mostra o talento na primeira divisão do Campeonato Francês, como camisa 10 do time.
Apesar de já estar há um tempo fora do país, Kadinho lembra a difícil adaptação.
- Passo por muitas dificuldades, como saudade da família, fuso horário, cultura e idioma, que tive que aprender e hoje falo espanhol, um pouco de inglês e um pouco de francês. É um preço que eu pago, mas sou muito focado, sei o que quero, tenho meus objetivos e passo por cima de todas as dificuldades. Como todo sonho, é difícil, mas a cada dia vou trabalhando e seguindo - disse.
Agora, cheio de planos para a carreira, o maior sonho do paraense é chegar à Seleção Brasileira, além do desejo de jogar em um clube europeu em especial: o Barcelona.
- A Seleção é o sonho de qualquer atleta, é o nível máximo que se pode alcançar, e eu sonho com o momento que eu chegarei lá. Estou trabalhando pra isso, acredito no meu potencial e no meu trabalho, e vou alcançar o sonho de vestir a amarelinha. E para além de ter uma carreira vitoriosa, também sonho em jogar no Barcelona - declarou.
Sobre voltar ao Brasil, apesar de não descartar a possibilidade, Kadinho relembrou que a modalidade no país não é tão valorizada quanto deveria ser, e a ascensão na Europa trouxe mais visibilidade.
- O futsal no Brasil não é tão valorizado, a minha condição na França, sem dúvidas, é melhor, apesar de alguns clubes brasileiros serem financeiramente muito bons. Mas, na Europa as gamas de possibilidades, visibilidade e financeiras são muito melhores e dá para construir uma carreira muito boa - finalizou.