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Atletas transplantados buscam no esporte demonstrar a importância da doação de órgãos

Liga foi criada no Brasil em dezembro de 2019 para ajudar na busca de visibilidade para a questão inclusiva do esporte

18 set 2022 - 05h10
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Enquanto o esporte de alto nível vai em busca do ser humano mais forte, o mais rápido, o de maior habilidade e talento, a prática esportiva vai muito além. Depois dos para-atletas conquistarem com justiça seu espaço na mídia e na sociedade, agora é a vez dos transplantados mostrarem a importância da atividade física, sob orientação médica. Esta é uma forma também de chamar a atenção para a importância da doação de órgãos.

Liga de Atletas Transplantados
Liga de Atletas Transplantados
Foto: Divulgação / Estadão

No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Transplantes de Órgãos, cerca de 50 mil pessoas esperam para receber uma doação. Mais de 130 mil pessoas foram beneficiadas com um novo órgão somente no primeiro trimestre deste ano.

Uma Liga de Atletas Transplantados foi criada no Brasil em dezembro de 2019 para ajudar na busca de visibilidade para a questão inclusiva do esporte e a importância disso para pessoas nestas condições. Outro ponto é a obtenção de patrocinadores e apoiadores para a realização e participação de competições nacionais e internacionais.

O educador físico Ramon Lima é o idealizador da liga. Morador de Curitiba e transplantado dos rins, ele falou da importância da prática de esportes. "Trata-se de uma recomendação médica. A atividade física aumenta nossa imunidade. E a baixa imunidade é um dos maiores fatores de risco de rejeição. Praticar esporte faz com que o nosso órgão recebido tenha uma durabilidade muito maior."

Lima destacou que os transplantados precisam esperar um ano para iniciar no esporte, sempre com orientação de um médico, pois tomam remédios regularmente. "Vamos dizer que eu tive a sorte de me recuperar durante a pandemia. Então, não me expus. Após três meses de transplantado, fiz caminhadas leves dentro de casa. Com seis meses, fiz caminhadas mais longas. As corridas leves tiveram início no oitavo mês e depois passei a correr mais livre".

De 1º a 4 de setembro, em Curitiba, foi disputada a segunda edição dos Jogos Brasileiros para Transplantados, com competições de atletismo, natação, ciclismo, triatlon, canoagem, tênis e tênis de mesa. "Não temos provas classificatórias, pois a demanda ainda é pequena, mas esperamos que no futuro aconteça como nas Olimpíadas tradicionais", disse Ramon Lima.

Em abril de 2023 vai ser realizada a 23ª Olimpíada de Transplantados, autorizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), na Austrália. E os atletas transplantados nacionais prometem se esforçar bastante para poder participar deste grande momento representando o Brasil.

"A fila de espera por um órgão aumentou muito durante a pandemia. Precisamos quebrar este tabu. Não estamos falando de morte, estamos falando de vida. Uma pessoa pode salvar até oito vidas, oito famílias que serão contempladas", concluiu Lima.

Estadão
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