Atlético-MG insiste em “linha burra” e sofre eliminação trágica no Mundial
Cuca havia alertado a todos sobre a velocidade do Raja Casablanca e dos cuidados de marcação que o Atlético-MG deveria ter em campo nesta quarta-feira, pela semifinal do Mundial de Clubes. No entanto, o treinador e a equipe brasileira insistiram durante os 90 minutos em uma estratégia defensiva que em nenhum momento deu certo. E pior: deu origem aos gols do time marroquino, que venceu a partida por 3 a 1 e se classificou para a decisão contra o Bayern de Munique.
A estratégia de Cuca foi tentar a linha de impedimento, deixando os jogadores adversários em condição irregular na hora de receber os lançamentos que partiam do meio-campo. Mas alguns detalhes do elenco brasileiro passaram a corda no próprio pescoço: quando a linha falhava (e ela falhou várias vezes), os grandalhões zagueiros Leonardo Silva e especialmente Réver não conseguiam se recuperar a tempo na jogada.
Foi assim que Mouhssine Iajour marcou o primeiro da partida, aos 5min do segundo tempo: ele recebeu pela esquerda nas costas da marcação e invadiu livre para tocar na saída de Victor. Dois minutos depois Issam Erraki, em posição irregular, anotou o segundo, mas a jogada foi invalidada pelo juiz.
O Atlético-MG até empatou a partida com Ronaldinho em uma cobrança magistral de falta aos 18min e melhorou na partida. O camisa 10 realizou lances de efeito, incendiou a partida e levantou a torcida brasileira. Mas as falhas defensivas continuavam ocorrendo.
O Raja tinha nítidas dificuldades de finalizar com precisão contra o gol de Victor, e o empate persistia até a reta final do segundo tempo. Mas uma nova falha colocou a campanha atleticana no Mundial de Clubes a perder: Réver deu condição para Iajour e só se recuperou no lance com falta. E dentro da área. O árbitro espanhol Juan Carlos Yuste assinalou pênalti, que Mohsine Moutaouali converteu aos 38min.
Cuca, que já jogava com quatro atacantes de origem (Jô, Fernandinho, Diego Tardelli e Luan), colocou Alecsandro no lugar de Lucas Cândido. Mas o desespero ofensivo do Atlético não deu outro resultado que não o terceiro gol do Raja. Vivien Mabide limpou Leonardo Silva e puxou contragolpe. Moutaouali disparou sozinho até tentar encobrir Victor. A bola pegou no travessão, e Mabide, no rebote, deu números finais à partida.
Três anos depois da eliminação do Inter para o congolês Mazembe no Mundial de 2010, um brasileiro cai diante de um azarão africano. O Atlético-MG disputará o terceiro lugar com o Guangzhou Evergrande, da China, enquanto o Raja encara o gigante Bayern de Munique na final.