Keila Costa brilha e é prata no salto triplo em Toronto
Atleta pernambucana salta 14,50 m e fica em segundo, superada apenas pela colombiana Caterine Ibarguen
A brasileira Keila Costa conquistou nesta terça-feira uma medalha de prata no salto triplo, no CIBC Athletics Stadium, em York, pelos Jogos Pan-Americanos. A experiente atleta pulou 14,50 m em seu penúltimo salto e repetiu o resultado dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro 2007.
Antes do Pan, o melhor salto da temporada de Keila havia sido em 14,17 m e a brasileira ficou a apenas 0,08 m do melhor da carreira. O resultado dá ainda mais moral para a pernambucana na preparação para o Mundial de Atletismo, em Pequim, entre 22 e 28 de agosto.
A medalha de ouro foi conquistada pela colombiana Caterine Ibarguen, com 15,08 m. Por ser medalhista de prata na prova em Londres 2012 e atual campeã mundial, a atleta, 31 anos, já era apontada como uma das favoritas.
"Muito mais importante (ficar atrás só da campeã mundial), eu vim sabendo que seria uma competição forte. Sabia que as meninas saltariam acima de 14 m, precisaria fazer minha melhor marca. Estou feliz, saltei e estou no pódio. Ela é fora do normal", disse.
A pernambucana Keila Costa é PRATA com a marca de 14m50 no salto triplo. Parabéns! #Toronto2015 pic.twitter.com/ODU03ppuiw
— Time Brasil (@timebrasil) 22 julho 2015
A saltadora pernambunca comemorou o retorno ao pódio pan-americano. "Muito bom. Fiquei a 8 cm do recorde brasileiro, mas estou feliz com a prata. Meu objetivo era estar no pódio. Agora é descansar para ir brigar pelo pódio no salto em distancia também", disse.
O único problema foi o fato de a marca de 14,50 m não poder ser usada como índice olímpico, já que o vento em York estava acima de 2 m/s (exigência da Federação Internacional de Atletismo). "Ainda tenho tempo para o indice olímpico, estou bem, tranquila, sem lesão, isso é o mais importante para o atleta. preciso seguir treinando e melhorando", comentou.
800 m feminino
Com melhor marca do dia, a brasileira Fabiane de Lima brilhou em uma das semifinais da prova ao vencer a sua bateria com o tempo de 2min02s39 em uma bela arrancada no final, superando a americana Alysia Montano (2min02s95). Por sua vez, Erika Lima ficou em quinto na segunda bateria e foi eliminada. A final da prova será nesta quarta-feira às 20h30.
“O tempo foi bom para uma semifinal. Amanhã vou sair para melhorar a marca. A prova foi bem cansativa. Amanhã vou correr para buscar pódio. Não tenho um tempo estimado, só pretendo chegar ao pódio”, disse Flavia de Lima, de apenas 22 anos.
Arremesso de peso masculino
A Jamaica não é só prova de pista. O’Dayne Richards quebrou o recorde pan-americano e conquistou a medalha de ouro com um arremesso de 21,69 m – a marca anterior era do canadense Dylan Armstrong nos Jogos de Guadalajara 2011 (20,30 m). Com o terceiro melhor arremesso da temporada antes de Toronto, o brasileiro Darlan Romani decepcionou ao ficar apenas com a sexta posição com 19,64 m. O próprio atleta admitiu a frustração.
“Foi muito mal. A prova estava boa, mas estava pensando em arremessar mais e acabou não saindo nada. Estava treinando bem, porém é coisa do dia. É um pouco constrangedor, mas serve como experiência. Agora é pensar no Mundial (de Atletismo)”, disse Darlan.
3000 m com obstáculo masculino
Favorito à medalha de ouro, o canadense Matt Hughes dominou a competição e ficou em primeiro lugar com o tempo de 8min32s18 para delírio dos torcedores locais no CIBC Athletics Stadium. A prata foi conquistada pelo compatriota Alexandre Genest, e o brasileiro Jean Carlos Machado foi apenas o nono.
10000 m masculino
Giovani dos Santos dominou a maior parte dos 10000 m, mas perdeu ritmo no final e terminou na quarta posição. O atleta, 34 anos, chegou credenciado a brigar por medalha em Toronto depois de ter sido bronze em Guadalajara 2011 e segundo na meia-maratona deste ano.
Para festa dos canadenses, a vitória ficou com o local Mohammed Ahmed, que assumiu a ponta apenas nos 300 metros finais. Outro brasileiro presente na prova foi Daniel Chaves da Silva, mas o corredor passou mal ainda nos primeiros metros e teve de abandonar.
"Há quatro semanas eu tive chycungunha (sintomas parecidos com a deingue). Começou na América Central e veio do Haiti para o Brasil. Me deixou bem debilitado, parece que afetou alguma coisa no meu coração. Já vinha sentindo durante o treinamento e hoje, depois do segundo quilômetro, disparou de uma forma que não consegui controlar e realmente pensei que ia desmaiar durante a prova. E eu tentei, mas infelizmente é uma coisa de saúde. Tentei me preparar, era líder do ranking brasileiro, mas não foi possível, saiu do meu controle. Agora vou procurar o médico do COB para fazer um checkup e ver o que aconteceu. Se eu tivesse de cama ontem, eu viria hoje competir, é uma obrigação minha. Foi uma taquicardia. Achei que ia aumentar e que ia cair no meio da prova", completou.
Medalhas da manhã
O Brasil conquistou uma medalha de ouro nos 5000 m com Juliana dos Santos, surpreendendo as favoritas. No lançamento de dardo, Jucilene de Lima subiu ao pódio com o bronze. A decepção ficou por conta do fraco desempenho de Thiago Braz no salto com vara.