Entenda como o sono bom ajuda nos treinos de corrida
Você treina arduamente, se alimenta de forma correta e regrada, mas seu desempenho parece não estar correspondendo com sua dedicação. É preciso estar atento a um fator fundamental que pode fazer com que todo o empenho seja em vão: o sono. Somado aos outros dois fatores, ele forma a trilogia que é a base para quem pratica corrida (ou qualquer outra atividade física) e almeja ganhos em termos de performance e saúde - treino, alimentação e descanso.
Isso porque, durante o exercício, a musculatura do corredor sofre desgaste em decorrência do esforço e, dessa forma, passa por mudanças fisiológicas. Para recuperar-se, é necessário não só uma boa alimentação, mas também uma bela noite de sono. É quando dormimos que o corpo libera hormônios como o GH (Growth Hormone ou Hormônio do Crescimento), responsáveis pela regeneração dos músculos, de modo que uma noite mal dormida pode colocar tudo a perder. "Se a pessoa não dorme direito, não há uma recuperação adequada. A incidência do problema por um longo período pode levar a uma alteração no desempenho, maior predisposição a lesões e até mesmo overtraining", adverte Hanna Karen Antunes, doutora em psicobiologia e exercício pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Segundo Karen, não há como definir de forma geral quantas horas de sono são necessárias, porque o tempo de descanso varia de um indivíduo para outro. "Algumas pessoas precisam dormir entre 8 e 10 horas por noite para se sentirem dispostas. Outras conseguem se recuperar bem com menos de 6 horas", comenta, explicando que o ideal é que se consiga passar por todos os estágios do sono, que é divido em NREM (Non-Rapid Eye Movements - sem o movimento rápido dos olhos) e REM (Rapid Eye Movements - movimento rápido dos olhos).
O NREM é subdivido em quatro fases, de acordo com a profundidade. As fases 1 e 2 correspondem ao sono mais superficial, de transição. Já a 3 e a 4 são mais profundas, chamadas de sono delta ou ondas lentas. É nelas que ocorre a liberação dos hormônios e a recuperação do organismo. Após passar pelas quatro fases do NREM, chega-se então ao REM, que é o estágio no qual acontecem os sonhos e está associado à função cognitiva do cérebro. Essa etapa corresponde a cerca de 20% a 25% do tempo total de sono de uma pessoa adulta. "Treinos de grande volume e intensidade exigem mais tempo de sono para recuperação. Então é melhor que a pessoa programe esses treinos para os dias em que ela poderá dormir mais horas", aconselha Karen.
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