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Atletismo

Depois de 35 anos, Brasil rompe barreira dos 10 segundos nos 100m com Erik Cardoso no Sul-Americano

O recorde anterior, de 10.00, era de Róbson Caetano da Silva, marca obtida na Cidade do México em julho de 1998

28 jul 2023 - 19h11
(atualizado às 20h02)
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Foto: ( Wagner Carmo/CBAt) / Gazeta Esportiva

Enfim o dia histórico chegou. Depois de 35 anos, o recorde brasileiro e sul-americano dos 100m, na categoria masculina, foi batido nesta sexta-feira, durante o primeiro dia de disputas no Campeonato Sul-Americano Adulto de Atletismo, realizado no Estádio do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo. E a glória de comemorar o recorde brasileiro coube ao paulista Erik Cardoso com a marca de 9.97s.

O recorde anterior, de 10.00, era de Róbson Caetano da Silva, desde julho de 1988, marca obtida na Cidade do México. Nesta sexta-feira, o fenômeno Asinga Issamade, do Suriname, de 18 anos, venceu os 100 m com 9.89s, para tornar-se o novo recordista sul-americano e também mundial sub-20 da distância. O paulista Erik Cardoso, por seu lado, correu 9.97s, para tornar-se o primeiro atleta brasileiro a fazer abaixo dos 10 segundos na história. O colombiano Ronal Longa Mosquero ficou em terceiro lugar, com 9.99s, seguido de Paulo André Camilo de Oliveira, quarto colocado, com 10.03s em uma prova eletrizante.

Tanto Erik como Ronal e Asinga deixaram a pista qualificados para o Mundial de Atletismo de Budapeste, na Hungria, de 19 a 27 de agosto, e para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024.

Foi uma prova realmente excepcional. "Fiz o meu melhor e estou muito feliz", disse Asinga, muito simpático e alegre na conversa com a imprensa logo após a prova. "Sabia que o resultado iria sair, que era questão de tempo", comentou o melhor corredor colegial da história dos Estados Unidos, que escolheu defender o Suriname.

Na verdade, a maior festa foi feita por Erik Cardoso, abraçado por seus companheiros do SESI-SP, por todos os velocistas do Brasil que estavam no Centro Olímpico, pelo próprio Robson Caetano e pelos adversários, todos emocionados também com a comemoração do público.

"Correr abaixo dos 10 segundos era meu objetivo. Só tenho de agradecer a Deus e a Nossa Senhora. Estava me sentindo bem, treinando bem durante toda a semana", lembrou o velocista, que havia corrido os 100 m duas vezes em 10.01.

Erik, que é treinado por Darci Ferreira da Silva, recebeu o carinho primeiro de seu companheiro de clube Felipe Bardi dos Santos e depois a reverência de Paulo André Camilo, que fez questão de tirá-lo da conversa com a imprensa para comemorar o resultado. "Correr em casa e ter o apoio dos amigos é muito especial. Você sempre sente um frio na barriga. Competi bem no momento certo e o resultado saiu. Saí focado na minha raia, mas ter o atleta do Suriname do meu lado me ajudou também."

O velocista espera ganhar dois dias de folga após a disputa do revezamento 4x100m, marcado para às 16h20 deste sábado. "Agora é continuar treinando forte e com foco no Mundial", completou o paulista de Piracicaba, de 23 anos.

Paulo André, que teve uma torcida particular no estádio, classificou a prova de muito forte. "Dois recordes históricos quebrados. É um momento muito especial. Estou feliz também porque consegui o segundo melhor resultado na minha carreira, depois de ficar um ano e meio afastado", disse o hexacampeão brasileiro dos 100 m. "Não fiquei surpreso com o desempenho do Erik. Essa marca estava nas pernas dele."

O Sul-Americano, que tem a participação de 379 atletas de todos os 13 países do continente - Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela - prossegue até domingo (30/7), com transmissão ao vivo de todas as provas na parceria entre o Canal Olímpico do Brasil, do COB, e a TV Atletismo Brasil, da CBAt.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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