Disputas masculinas da 27ª São Silvestrinha reservaram muita emoção e incentivo ao atletismo
A corrida mais aguardada pela criançada finalmente retornou. Após um hiato de três anos, a São Silvestrinha, evento infanto juvenil para crianças e jovens de 4 a 17 anos, voltou a acontecer. A 27ª edição foi realizada na manhã deste sábado, na pista do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa Marechal Mário Ary Pires, na capital paulista.
A programação da São Silvestrinha começou cedo - as baterias individuais dos adolescentes foram as primeiras do dia. Devido ao forte calor que assolou São Paulo na manhã deste sábado, algumas provas que seriam realizadas separadamente foram feitas de forma conjunta.
Na categoria dos 800 m, quem saiu vencedor foi Wendel da Silva, de 17 anos. O jovem começou atrás, mas assumiu a liderança na segunda volta de 400m. Após a conquista do primeiro lugar, o jovem comemorou o troféu, mas ressaltou a dificuldade de conseguir um pódio nas provas que geralmente disputa.
"Eu venho de um lugar que são sete horas de viagem se eu não me engano. Nós viemos em um carro apertado, com cinco atletas mais o treinador. Essa conquista nem sempre é muito fácil, pelo menos nesse tipo de prova. Hoje tivemos pouco competidores, então foi um pouquinho mais fácil - sem desmerecer ninguém, claro. Mas pelo menos na minha idade, nas provas que são 100m e 400m, é muito difícil conseguir pelo menos o pódio. Eu sempre chego em quinto para baixo, porque é extremamente complicado. Eu tento fazer o meu máximo para conseguir pegar um pódio", declarou.
Quando questionado se a corrida era um plano de futuro ou apenas um hobby, Wendel não hesitou nas respostas. "Eu pretendo seguir carreira. Meu foco mesmo é bater o recorde mundial, pelo menos nos 100m e 400m, e fazer provas que sejam fora do país", disse.
"A corrida para mim é importante para nunca ficar parado e praticar atividades físicas. Mesmo o atletismo sendo um esporte muito radical, ele acaba te ajudando, pelo menos na melhoria dos seus músculos e da sua saúde mental e física. Eu treino de segunda a sexta, com intervalos entre resistência e velocidade. Antes do dia de uma prova, por exemplo, fazemos um treino leve apenas para aquecer e não perder o foco", concluiu o adolescente.
Os meninos mais novos, por sua vez, também não ficaram de fora. José Adriano Siqueira, de apenas 4 aninhos, participou de sua segunda São Silvestrinha neste sábado. Elias, pai do garotinho, contou que a família veio de Biritiba Mirim para a capital paulista para ver o pequeno correr.
"Nós (pai e mãe) somos atletas. Nos conhecemos em uma corrida e ele, inclusive, nasceu em uma. Saímos 5h30 da manhã para vir para cá. Ele veio para se divertir. No futuro, quem sabe vai competir. Mas hoje é diversão", revelou Elias.
"O esporte transforma a vida da gente. Acho que introduzir uma criança no esporte hoje é deixá-la um passo a frente na sociedade na questão de cultura, qualidade de vida, educação, e se tornar um cidadão do bem. É o que nós desejamos para todas as crianças. A primeira vez eu corri com ele, e hoje é dele. A São Silvestrinha é dele, do jeito que ele achar melhor", concluiu.
Organizador da prova, Erick Castelhero destacou a principal meta da São Silvestrinha: a iniciação na prática do esporte.
"O objetivo é levar às crianças à iniciação esportiva. O esporte traz muito a questão de disciplina, ética, responsabilidade e respeito ao próximo. Então além de uma prática esportiva, isso é um exercício de vida. E aí cada um desenvolve isso como pode. O que a gente tem procurado ao longo desses 27 anos é isso. É proporcionar um espaço esportivo para que as crianças se desenvolvam na vida", salientou.
São Silvestrinha aconteceu na manhã deste sábado
Idealizada pelo jornalista Júlio Deodoro de Souza, a São Silvestrinha nasceu em 1994 como proposta de ser a versão infanto juvenil da mais importante prova de rua da América Latina, a Corrida Internacional de São Silvestre.
Gazeta Esportiva
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