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Aos 50, Rubinho fatura o bi da Stock Car em decisão tumultuada

Rubens Barrichello resiste à confusão na largada da corrida final, em Interlagos, e se torna o mais velho campeão da história da Stock Car

11 dez 2022 - 18h14
(atualizado às 18h16)
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Rubens Barrichello conquista o bicampeonato da Stock Car em Interlagos
Rubens Barrichello conquista o bicampeonato da Stock Car em Interlagos
Foto: Duda Bairros / Divulgação Stock Car

Interminável, inesgotável, imparável, incansável. São vários adjetivos que podemos usar para qualificar o fato de Rubens Barrichello se manter altamente competitivo na Stock Car Pro Series no auge de seus 50 anos. Mais do que destacar sua idade, no entanto, cabe abusar dos adjetivos também para sua pilotagem: veloz, consistente, resiliente, implacável e, acima, de tudo, vencedor.

Sim, vencedor. Rubens Barrichello acaba de se sagrar bicampeão da principal categoria do automobilismo nacional. O feito o coloca como o mais velho a ganhar um título nos 51 anos de existência da categoria. O primeiro título de Rubinho foi em 2014, em seu segundo ano completo na Stock.

Rossi abandona na corrida 1

A decisão do campeonato aconteceu no templo do automobilismo brasileiro, o Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Além de Barrichello, que chegou como líder, estavam na briga Daniel Serra, Matías Rossi e Gabriel Casagrande.

Na corrida 1, o pole Felipe Baptista segurou a ponta e rumou para uma vitória sem sustos. Fim de semana perfeito para o jovem piloto da KTF, de apenas 19 anos, que faz sua temporada de estreia na Stock Pro. Em Interlagos, ele pôde comemorar suas primeiras pole e vitória.

Entre os postulantes ao título, todos os quatro correram de forma consistente no top 10 durante o primeiro stint, com Rossi em 2º, Serra em 3º, Barrichello em 4º e Casagrande logo atrás. O resultado era suficiente para que Rubinho faturasse o título, mas ainda haveria bastante tempo para os quatro se digladiarem na pista.

Na janela de paradas nos boxes, o primeiro do quarteto saiu de cena – algo ainda viria a acontecer com outros dois, momentos depois. Matías Rossi parou para troca de pneus e, ao sair, atingiu o carro de Denis Navarro no pit lane. Fim de prova para ele, e um quase às chances de título.

Serra e Barrichello se beneficiaram da saída de Rossi e subiram para 2º e 3º, completando o pódio, ao lado de Baptista.

Caos na largada tira dois concorrentes de cena

Na corrida 2, quis o destino que os três remanescentes na briga pelo título se vissem lado a lado já na primeira curva. E, como não poderia deixar de ser, o espaço ficou pequeno para os três. Barrichello, à lá Verstappen, se viu sem ter para onde ir na segunda perna do S do Senna, tocou no carro de Serra e rodou.

Casagrande “sobrou” e acabou espalhando entre as curvas 2 e 3. Na volta à pista, tocou em Serra e fez o piloto da Eurofarma rodar. Casagrande seguiu em frente, mas tanto Barrichello quanto Serra, atravessados na pista, acabaram atingidos por alguns carros do batalhão que vinha atrás. Safety car acionado. Ambos ainda conseguiram voltar aos boxes, porém, Serra ficou por lá mesmo. Os danos foram terminais. Dos quatro, apenas dois seguiam vivos.

Quando da relargada, Casagrande, o azarão dentre os quatro, era 3º, em posição de título. Rubinho estava fora dos 20 primeiros e, portanto, sem pontuar. Em poucas voltas, o veterano começou a ganhar posições e logo chegara a uma condição em que somava os pontos necessários para o título.

A certeza da conquista veio por uma decisão polêmica da Direção de Prova. Pelo toque em Daniel Serra, Gabriel Casagrande foi punido com a exclusão da prova. É bem verdade que Serra abandonou a prova como consequência do caos em que foi envolvido por Casagrande, mas também é verdade que Casagrande foi tirado da pista na confusão e não tinha espaço para voltar sozinho. Como comparação, Júlio Campos, outros dos causadores da bagunça da largada, foi punido em 20 segundos.

Barrichello, muito provavelmente, seria campeão mesmo se Casagrande não fosse excluído da prova. Mas, com os concorrentes todos fora de combate, o que era uma alta probabilidade se tornou uma certeza: Rubens Barrichello era o campeão da Stock Car Pro Series em 2022.

Rubinho se emociona ao comemorar
Rubinho se emociona ao comemorar
Foto: Luís Gustavo Ramiro

Comemoração à moda Barrichello

O tempo passa, a idade vem, as categorias mudam, mas uma coisa se mantém intacta: a emoção e a vibração de Rubens Barrichello. Ao sair do carro, o piloto não segurou as lágrimas e chorou como um jovem piloto que chega à sua primeira conquista. Emoção que contagia. É difícil se manter neutro vendo a felicidade e as lágrimas compartilhadas entre Rubinho, seus filhos, seu pai, sua irmã, seu sobrinho.

Por falar em família, é digno de nota o fim de semana inesquecível para a família. Fernando Barrichello, o Fefo, filho de Rubinho, venceu uma das corridas da F4 Brasil, um dos eventos preliminares da Stock. Outra das corridas da mesma categoria foi vencida por Felipe Barrichello-Bartz, o Pipo, sobrinho de Rubens, também venceu uma e conquistou um pódio em outra.

Com o título, Rubinho supera o recorde de Ingo Hoffmann, campeão aos 49 anos em 2002, e se torna o mais velho campeão da história da Stock Car Brasil. Dada a vitalidade e a gana do veterano, ele não deve parar por aí. O segundo título veio, mas falta a coroação que ainda teima em não vir na carreira de Barrichello: uma vitória em Interlagos. E não duvidemos: ele insiste em nos lembrar de nunca duvidarmos de sua capacidade de ir atrás de seus objetivos.

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