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Bernie Ecclestone admite fraude de R$ 2,4 bilhões e é condenado a 17 meses de prisão

Ex-chefão da Fórmula 1 também terá de pagar 653 milhões de libras (R$ 4 bilhões) ao governo britânico por 18 anos de sonegação de impostos

12 out 2023 - 11h04
(atualizado às 11h26)
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Bernie Ecclestone
Bernie Ecclestone
Foto: REUTERS/Belinda Jiao

Ex-chefão da Fórmula 1, o magnata inglês Bernie Ecclestone declarou-se culpado de ocultar 400 milhões de libras (R$ 2,4 bilhões na cotação atual) em sua declaração de impostos e foi condenado há 17 meses de prisão por fraude fiscal. A confissão foi feita nesta quinta-feira, 12, durante audiência em um tribunal de Londres, no qual também ficou definido, por meio de um acordo, que ele terá de pagar 653 milhões de libras (R$ 4 bilhões) ao governo britânico. Foram 18 anos de impostos sonegados.

Aos 92 anos, Ecclestone não terá de cumprir a pena em regime fechado, pois o juiz Simon Bryan decidiu suspender a pena por dois anos, o que significa que o magnata será preso apenas se cometer outro crime durante este período. Em depoimento anterior, em encontro com representantes da Receita e Alfândega de Sua Majestade, no ano de 2015, ele havia negado a acusação. Nesta quinta, após sentar-se frente a Bryan no Tribunal Real de Southwark disse "eu me declaro culpado" e forneceu alguns detalhes sobre o caso.

O valor é referente a um fundo multimilionário e não declarado que o ex-chefão da F1 mantinha em Cingapura. No depoimento dado em 2015, disse que havia estabelecido um único fundo a favor de suas filhas e que não era instituidor ou beneficiário de nenhuma outra operação do tipo.

Christine Montgomery, advogada de defesa, disse que a respostada dada naquela época foi baseada em um engano. "A intenção do Sr. Ecclestone não era evitar o pagamento de impostos. Ele sempre esteve disposto a pagar. Sua resposta foi um lapso impulsivo de julgamento. Ele está com saúde frágil e o processo está causando imenso estresse para ele e para aqueles que o amam", disse.

Desde o início do ano, a equipe de defesa de Ecclestone vinha tentando impedir o julgamento, sob o argumento de risco de saúde. Chegou a apresentar um relatório de um cardiologista, no qual estava escrito que o magnata "tinha mais chance de morrer do que de não morrer" se comparecesse ao Tribunal, mas o juiz não aceitou o argumento. A confissão se antecipou ao julgamento que ocorreria em novembro.

Polêmica com Felipe Massa

Colecionador de polêmicas, Ecclestone criticou recentemente a busca de Felipe Massa pelo reconhecimento do título da temporada 2008 da Fórmula 1. "O clã de Massa só se preocupa com dinheiro. Mas as chances de obter sucesso neste caso são zero", disse o dirigente, que é um dos pivôs dos novos desdobramentos do chamado "Cingapuragate". Massa rebateu as declarações e afirmou que o ex-chefão da categoria está com medo dos possíveis desdobramentos da sua investida na Justiça contra a própria F-1 e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

O famoso "Cingapuragate" marcou uma das etapas mais polêmicas da história da F-1. No GP de Cingapura de 2008, o brasileiro Nelsinho Piquet bateu de propósito no meio da prova, sob ordem de Briatore, para beneficiar diretamente o espanhol Fernando Alonso, seu companheiro de equipe na Renault. O caso voltou à tona neste ano justamente por causa de Ecclestone, que revelou em março deste ano que ficou sabendo da conspiração da Renault ainda em 2008, pouco depois da batida de Nelsinho.

Como efeito prático, o incidente permitiu Alonso conquistar a vitória daquela prova. E prejudicou Massa, que era o líder da corrida até o momento da batida. O brasileiro terminou em 13º, sem somar pontos. E viu o inglês Lewis Hamilton, seu rival direto na briga pelo título daquele ano, abrir vantagem no campeonato.

O caso foi denunciado em 2009 e causou a punição dos principais dirigentes da Renault, poupando a dupla de pilotos. Mas não afetou o resultado da corrida disputada no ano anterior porque, pelas regras da FIA, um campeonato não pode ser alterado após ser finalizado. E a denúncia, a investigação e as punições só ocorreram um ano depois do episódio.

Estadão
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