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Bia Figueiredo será a primeira mulher a correr na TCR South America: 'Sempre gostei de desafios'

'Tudo que eu conquistei na minha vida foi graças a carros e automobilismo', diz Bia

28 mar 2022 - 10h57
(atualizado às 11h12)
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Com experiência de quase 30 anos no automobilismo, com passagem pela Fórmula Indy e uma corrida das 500 Milhas de Indianápolis, Bia Figueiredo abriu espaço em mais uma equipe, agora na Cobra Racing Team, para pilotar o Audi RS3 LMS TCR na prova de abertura da temporada da principal categoria de turismo da América do Sul. Ela é a única mulher no grid por enquanto.

Bia ficou dois anos afastada das pistas porque teve dois filhos. Agora, a corredora tenta conciliar o trabalho com a vida de mãe. A primeira etapa está marcada para o Autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu, São Paulo, no domingo, dia 3. A ESPN mostrará a temporada. São etapas de 30 minutos, com início às 9h. Bia está confirmada.

Bia Figueiredo disputou a Stock Car de 2014 a 2019.
Bia Figueiredo disputou a Stock Car de 2014 a 2019.
Foto: Fernanda Freixosa/Vicar/Divulgação / Estadão

A Cobra Racing Team é bastante competitiva. Trata-se de uma equipe brasileira, que disputou o título da primeira temporada da categoria sul-americana no ano passado. Ela ficou com o vice-campeonato. Tinha o piloto Rodrigo Baptista andando na frente. O time é comandado pelo ex-piloto Nonô Figueiredo, que acredita muito no potencial de Bia Figueiredo para voltar a lutar pelo título principal.

"A Bia tem talento e regularidade para se desenvolver em uma equipe de ponta como a nossa. Porém, nesta primeira etapa, a meta é que ela fique entre os cinco primeiros lugares. Além de muito tempo sem correr, terá ainda que se adaptar melhor à tração dianteira do Audi RS3 de TCR, que exige pilotagem diferenciada e mais limpa do que sempre foi acostumada a correr com tração traseira", disse Nonô. "Mas não tenho dúvida de que será uma nova e grande atração da nossa TCR, que este ano promete ter ainda mais de sete marcas de fabricantes consagradas participando das corridas."

Bia Figueiredo está animada. Não se sabe se ela levará seus filhos para as corridas. Eles ainda são pequenos. Ela sabe que passará por um período de readaptação e novas dificuldades com o novo carro. Fez poucas horas de testes. "As possibilidades de fazer uma boa temporada são reais. Porém, não posso deixar de adiantar que nesta primeira etapa as dificuldades serão ainda maiores. Mas sempre gostei de desafios. Bem experiente e em uma equipe competitiva, mesmo cuidando das crianças em casa, pretendo conquistar vitórias, pódios e poles nesta minha primeira temporada na TCR South America", diz.

Bia já fez história no automobilismo. Foi a primeira brasileira a correr em uma categoria top mundial, a Fórmula Indy. Disputou a Stock Car de 2014 a 2019. Ela é a primeira mulher a vencer na Firestone Indy Lights, única a ganhar na Fórmula Renault, a conquistar uma pole position na Fórmula 3 e a disputar e vencer no Desafio das Estrelas, torneio anual de kart organizado por Felipe Massa, ex-F-1. Ser mulher nunca tirou Bia das pistas e dos seus sonhos de pilotar.

Nos Estados Unidos, ela correu a lendária prova das 500 Milhas de Indianápolis. Bia está na "graxa" desde os seus 8 anos, quando deu as primeiras voltas de kart. Este ano, ela faz 30 anos de carreira. Em 2020 e 2021, deu uma pausa para se tornar mãe de dois filhos. Período em que conciliou sua agenda em casa com palestras e curso de direção preventiva. Bia participou de eventos e tem uma agência de conteúdo.

Acusações

No ano passado, Bia se viu envolvida em meio às acusações de corrupção do sistema de saúde do Rio de Janeiro, em que seu marido Fábio Souza foi acusado de desviar R$ 9 milhões. Ela perdeu patrocinadores. Preferiu o silêncio até voltar a se manifestar nas redes sociais. Foi um período difícil.

"Eu vi minha vida virada de ponta-cabeça. Minha carreira, patrocinadores, empresas que me apoiavam foram expostos de maneira completamente injusta e criminosa", disse na época. "Vocês, que me acompanham há anos, sabem que em toda minha vida eu não tive um deslize sequer. Vocês sabiam que, cada dia, eu estava numa cidade diferente, seja para atuar na minha área principal, como piloto, aqui no Brasil ou lá fora, como piloto contratada ou como palestrante, testando carro para YouTube ou para TV, fazendo curso de direção defensiva, eventos e aparições para patrocinadores, enfim... Tudo que conquistei foi graças a carros e automobilismo. Eu já tinha ganhado notoriedade e independência muito antes de ser casada."

Um ano depois, ela volta a anunciar sua participação nas corridas.

Estadão
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