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Emerson Fittipaldi se candidatará na Itália por partido de extrema direita

Considerada controversa, Giorgia Meloni, líder do partido Fratelli d'Italia, já se disse admiradora do ex-ditador Benito Mussolini

15 ago 2022 - 10h38
(atualizado às 17h52)
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Emerson Fittipaldi se candidatou ao Senado da Itália, que conta com eleições parlamentares em setembro. Fittipaldi vai concorrer a um lugar no Parlamento Italiano pelo partido Fratelli d'Italia, considerado de extrema direita.

Bicampeão mundial de Fórmula 1, o ex-piloto de 75 anos tomou a decisão na quinta-feira passada, após longo telefonema com Giorgia Meloni. A líder do partido tem chances reais de se tornar a nova primeira-ministra da Itália nas eleições de setembro. Considerada controversa, ela já disse admiradora do ex-ditador Benito Mussolini e pode se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de governo na Itália.

Lenda do automobilismo nacional, Fittipaldi é brasileiro, nascido em São Paulo, mas tem sangue italiano nas veias. Seu pai, Wilson Fittipaldi, mais conhecido como "Barão", também nasceu em solo nacional, mas era filho de imigrantes italianos e tinha a cidadania do país europeu, permitindo a Emerson fazer o mesmo. O lado italiano da família do bicampeão de F-1 é originário de Trecchina, cidade com pouco mais de 2.500 habitantes, na província de Potenza.

Nas eleições parlamentares da Itália, Emerson Fittipaldi vai apoiar o candidato à reeleição na Câmara, Luis Roberto Lorenzato, do Lega Nord (Liga Norte), outro partido de direita. De acordo com o periódico italiano Il Giornale, o ex-piloto recebeu o apoio do presidente Jair Bolsonaro para sua candidatura na Itália. Fittipaldi demonstrou apoio público a Bolsonaro na eleição de 2018.

Emerson Fittipaldi se candidata ao Senado na Itália por partido de extrema direita
Emerson Fittipaldi se candidata ao Senado na Itália por partido de extrema direita
Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio / Grande Prêmio

Na Itália, o brasileiro já anunciou propostas ligadas ao esporte e à obtenção de cidadania italiana. "Estou muito feliz em concorrer ao Senado Italiano por meio das eleições parlamentares de setembro. Já tenho várias propostas desenhadas e todas elas têm como objetivo promover ações ligadas aos brasileiros em terras italianas, tanto ligadas à cultura quanto ao esporte. Espero ter o apoio dos cidadãos ítalo-brasileiros e dos meus queridos amigos da América do Sul", comentou Fittipaldi.

Ele promete defender o Direito de Sangue da Cidadania Italiana "IUS SANGUINIS", que estaria sob ameaça, ao tentar inclui-lo na Constituição Italiana. Neste contexto, Emerson Fittipaldi quer agilizar a aceitação e a obtenção de cidadania italiana para atletas de outros países que competem esportivamente no país europeu.

O ex-piloto pretende aproximar os descendentes de italianos que moram no Brasil e na América do Sul do país europeu, com "políticas e projetos de desenvolvimento da atividade através dos fundos de apoio ao atleta e desporte tanto da Itália como da União Europeia". Nesta integração, a ideia é criar campeonatos na Itália para atletas com descendência italiana que moram fora do país.

Fora do ambiente esportivo, Emerson Fittipaldi quer obter o reconhecimento automático de diplomas dos ítalo-brasileiros e da América do Sul na Itália. Na área da educação, pretende até criar uma universidade para acolher descendentes italianos que estão espalhados pelo mundo.

A crise financeira de Emerson Fittipaldi

Nos últimos anos, Fittipaldi se tornou notícias por dificuldades financeiras, principalmente por conta de dívidas que surgiram quando organizou a prova Seis horas de São Paulo, disputada no Autódromo de Interlagos, em 2012.

Em junho, a Justiça de São Paulo decidiu pela penhora de bens como carros e troféus por uma dívida com a empresa Sax Logística de Shows e Eventos. Ela havia sido contratada para prestar serviços na prova de automobilismo. Alguns dos bens incluem o carro Copersucar 1976, da Escuderia Fittipaldi, a única equipe brasileira da história da Fórmula 1.

Em 2020, concedeu entrevista ao Estadão em que não revelava o valor da dívida contraída, mas dizia estar confiante em resolver os problemas financeiros. "Vou liquidar tudo, não tenho medo. Estou trabalhando muito", disse à época.

Estadão
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