F2 chega ao fim em Abu Dhabi: quem pode atrapalhar Sargeant na saga pela superlicença
Logan Sargeant precisa terminar ao menos em sétimo na classificação do campeonato da Fórmula 2 — uma tarefa não tão difícil para quem está em terceiro, mas o retrospecto das últimas cinco rodadas é bastante favorável aos rivais diretos que podem atrapalhá-lo nessa caminhada
O título da temporada 2022 da Fórmula 2 já está decidido a favor de Felipe Drugovich, mas a última rodada da categoria, que acontece neste fim de semana, em Abu Dhabi, ainda traz algumas lacunas que precisam ser preenchidas. E, sem dúvida, a que mais vai atrair os holofotes estará nos boxes da Carlin: a definição da novela da superlicença de Logan Sargeant.
O americano foi protagonista de um fato um tanto inusitado: teve seu nome confirmado pela Williams como substituto de Nicholas Latifi na Fórmula 1 em 2023, mas, para isso, precisa atingir os 40 pontos exigidos pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) que garantem o passe para a elite do automobilismo mundial. Considerando que Sargeant é o atual terceiro colocado, posição que já garantiria todos os pontos necessários, é uma meta quase certa de ser alcançada. Porém, o time de Grove tratou de colocar o pupilo de sua academia para andar em todos os TLs possíveis até o final do ano para encurtar o caminho. E o fracasso na sessão do México — Sargeant não completou os 100 km exigidos para somar o tento extra — mostrou que a saga pode não ser tão simples assim.
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Acontece que, pontos extras à parte, Logan precisa terminar ao menos em sétimo na classificação geral (considerando, claro, que ele consiga todos os três pontos adicionais ainda em jogo, um pelo TL1 em Yas Marina e mais dois se passar ileso pela rodada final da F2). E o retrospecto das últimas cinco rodadas não é nada favorável.
Vejamos a classificação: do quarto ao oitavo, a tabela da F2 2022 é ocupada por Jack Doohan (126), Jehan Daruvala (126), Enzo Fittipaldi (126), Liam Lawson (123) e Frederik Vesti (117). De Sargeant a Vesti, são 18 pontos de diferença, com 39 em jogo.
Acontece que, desde a última vitória de Sargeant, na corrida principal da rodada da Áustria, o melhor resultado dele foi o quinto lugar na corrida 2 da Bélgica. Em 195 pontos possíveis, o americano somou apenas 20, um aproveitamento de 10,41%.
Já os rivais diretos que podem atrapalhar bastante os seus planos de subir para a F1 tiveram resultados muito melhores. Doohan (quarto) e Lawson (sétimo) somaram 63 pontos cada; Vesti, por sua vez, anotou 61, enquanto Fittipaldi marcou 51 com a Charouz. Daruvala foi o mais "discreto", mas também bem melhor que o americano: 46 pontos. Dos pilotos citados, Sargeant foi também o que mais abandonou depois da rodada do Red Bull Ring em diante: cinco vezes.
Agora, vamos imaginar o seguinte cenário: Sargeant não consegue pontuar em Yas Marina. Se isso acontecer, terá de torcer para Doohan, Daruvala e Fittipaldi não abrirem mais de nove pontos para ele. No entanto, a situação ainda o deixaria em sexto, garantindo o passe para a F1.
Porém, ainda há Lawson e Vesti. Se o neozelandês descontar mais que os 12 que tem de diferença atualmente, Vesti teria de tirar apenas os 18 que Logan tem de frente no momento. Essa situação daria a Sargeant o sétimo lugar que ele precisa.
Do quinteto analisado, aliás, Doohan, Fittipaldi e Lawson, pelos últimos resultados, são os que mais ameaçam roubar pontos preciosos de Sargeant na classificação final (e aqui, um parêntese: foi justamente uma bandeira vermelha causada pelo seu companheiro de equipe no TL1 do México que o impediu de bater os 100 km e, com isso, assinalar o suado tento). Será preciso, portanto, focar na sexta para conseguir uma boa posição de largada para a corrida de domingo, de preferência à frente de seus concorrentes diretos.
A boa notícia para o americano é que a F2 só tem mais uma rodada em jogo. A confiança da Williams também é um ponto a favor, mas flerta intimamente com o lado negativo por também significar uma pressão desnecessária. Não há, portanto, nada garantido, e se Sargeant não conseguir a superlicença, será uma das maiores mancadas da história da Fórmula 1 — não por culpa do piloto, que fique claro, mas pela precipitação sem explicação da equipe inglesa.
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