F2: Finalmente, a nova geração chega em 2024
Após muita especulação, a F2 apresentou seu novo carro para 2024 e as próximas temporadas. Se o objetivo era reaproximar da F1, conseguido
Desde quando a F1 mudou o regulamento em 2022, se perguntava quando as categorias de base viriam com seus carros novos. Especialmente a F2, ultima antes da F1, que vinha com o seu pacote técnico desde 2018.
O Dallara F2 passou por uma série de desafios ao longo de seu serviço: teve que encarar uma mudança de pneus, atualizações aerodinâmicas e, especialmente, reforços por conta de acidentes. Neste último ponto, muita coisa foi revisada após o acidente de Anthoine Hubert. Não esquecendo a COVID-19, que fez a introdução de um novo chassi ser postergada.
Mas a mudança do regulamento técnico da F1 acabou tornando a vinda de um novo carro para a categoria mais do que necessária. Afinal de contas, o F2 acabou sendo um monoposto bem diferente, o que tornaria a adaptação dos pilotos mais difícil em caso de subir de nível. Por isso, em 2022, começaram os trabalhos na nova geração de carros.
Na apresentação feira nesta quinta (31/08) em Monza, deu para notar que muitas lições foram aprendidas com o trabalho que a Dallara fez no desenvolvimento do SF23, monoposto dedicado para a Super Formula Japonesa e tem o mesmo porte do F2, mas sem abandonar as lições do F2 2018.
Da geração anterior veio principalmente o aprendizado com segurança. F2 2024 incorpora várias melhorias, como reforço das estruturas laterais, melhor incorporação do Halo e a frente com cone absorvedor. Do SF23 vieram as lições do efeito solo e a inspiração para a asa traseira tão diferente do usual.
A opção por uma lâmina maior vem do fato da aerodinâmica trazer inspiração na F1 e pela busca da redução da turbulência (carros mais próximos). Se perceber, o F2 2024 tem muito menos aletas do que seu antecessor e usa derivas laterais maiores na parte da frente. Tudo para reduzir a turbulência e permitir mais ultrapassagens. Não esquecendo que o DRS também será mantido aqui.
Além das modificações de segurança, o carro traz novos sistemas eletrônicos e ainda um cockpit que acomoda melhor uma maior variação de altura de pilotos.
Mesmo com todas as alterações, o carro ficou 6cm mais longo (5,22m x 5,26m) e manteve altura e largura de seu antecessor. O peso não foi divulgado. E mantém-se para 2024 o Mecachrome V6 turbo, de 620 HP., com o mesmo combustível 55% biosustentável da Aramco. É mais um teste para qual o modelo que a F1 usará em 2026. A partir de 2025, a ideia é usar 55% de combustível sintético.
Segundo a F2, testes foram feitos com vários pilotos, incluindo Felipe Drugovich, e o último shakedown foi feito em Varano (Itália) por Tatiana Calderón. O objetivo é entregar os primeiros carros às equipes até o final de dezembro deste ano e todos terem sua dupla inicial de chassis até meados de janeiro. Antes da pré-temporada, um teste será feito para que as equipes possam reconhecer os carros.
Agora, é observar como este carro se comportará. Em princípio, sua homologação vai até 2029 e o seu custo inicial é mais algo do que o atual. Mas a troca é extremamente bem-vinda. E se tudo correr bem, teremos brasileiros andando neles no próximo ano....