Ericsson é pago por aposta ousada e escreve nome na história de Indianápolis
Marcus Ericsson apostou na Indy em 2019, e em evolução de passos lentos, chega ao ápice com triunfo nas 500 Milhas de Indianápolis, que escreve mais um belo capítulo em sua história
Marcus Ericsson durou cinco temporadas na Fórmula 1. Entre passagens por Caterham e Sauber, ambas em situações financeiras críticas, teve realmente um desempenho abaixo da média. O sueco foi promovido ao maior palco do automobilismo mundial justamente pelo dinheiro desembolsado para estar ali, não teve o tempo necessário de maturação nas categorias de base, nem resultados relevantes que justificassem sua posição.
Quando deixou a Sauber ao fim de 2018 para dar lugar ao italiano Antonio Giovinazzi, bancado pela Ferrari, o destino de Ericsson parecia muito semelhante ao de vários pilotos que tinham deixado a Fórmula 1 nos anos anteriores: seguir na Europa buscando um espaço na Fórmula E ou no Mundial de Endurance. Marcus foi diferente, foi o primeiro europeu em muito tempo a enxergar a Indy como uma possível alternativa.
E foi dando pequenos passos, talvez como sempre precisou dar, que Ericsson chegou hoje ao ápice da carreira, com uma vitória nas 500 Milhas de Indianápolis. Marcus teve um começo complicado pela Schmidt Peterson, em 2019. Vale lembrar que na Indy 500 daquele ano, abandonou por bater no pit-lane, mas foi crescendo, chegou a conquistar um pódio, estava sempre tentando igualar o então companheiro de equipe James Hinchcliffe.
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Pintou a chance de correr pela Ganassi, e o sueco seguiu crescendo em passos lentos. Foi apenas em 2021 que as primeiras vitórias vieram, mas já dava um indicativo de que poderia brigar por mais coisas. Ericsson evoluiu lentamente ao longo dos anos, porque talvez é assim que seja para alguns. Nem todos são Lewis Hamilton e Max Verstappen que eram astros aos 23 anos de idade. Tudo tem o seu tempo.
O tempo de Ericsson chegou, e nada mais justo que ele aproveite da melhor forma possível, com a grande atuação que teve no domingo. Largou da segunda fila, esteve no pelotão da frente por quase toda a prova, viu os infortúnios dos companheiros Scott Dixon e Álex Palou, deu um bote incrível em Pato O'Ward após a última rodada de pit-stops, e sobreviveu bem quando pressionado após a bandeira vermelha.
Se engana quem acha que o Ericsson de 2022 é o mesmo de 2018. Ele não é. E isto não é um pedido de que volte para a Fórmula 1 ou que mereça uma segunda chance. O ritmo de sua carreira é muito diferente do ritmo que o Mundial exige, e está tudo bem. Nem todo mundo é fenômeno, mas todo mundo pode curtir o momento que está nas mãos, e é justamente isso que Marcus está fazendo.
A Indy 500 é um evento absurdo e que sempre presenteia os fãs com grandes histórias. É de sentir pena de quem é incapaz de curtir momentos assim por se agarrar a rótulos passados e achar que o esporte a motor se resume a apenas 20 pilotos. Viva Marcus Ericsson e todas as histórias que Indianápolis é capaz de trazer.
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