A F1 testará os pneus de 2023 no TL2 do GP do Japão e EUA
Para acelerar a finalização dos preparativos para a temporada 2023, a Pirelli usará o TL2 dos GPs do Japão e EUA para testar novos pneus
Uma das coisas que merecerão atenção no GP do Japão, além do próprio retorno da F1 à Suzuka após 3 anos, são os testes que a Pirelli irá fazer no Treino Livre 2. Pode parecer algo pequeno, mas é bom observar pois poderá dar algumas pistas do que veremos no ano que vem.
Não é necessariamente algo novo. Em temporadas anteriores vimos a mesma situação: parte dos Treinos Livres sendo usados para testar pneus para a temporada seguinte. E mais uma vez deveremos ver pilotos e equipes reclamando de que houve uma piora nas condições de utilização...
Mas a mudança para 2023 não é algo que se deve descartar, ainda mais com a importância que os pneus adquiriram ao longo dos anos para o desempenho. Atualmente, dadas as limitações de teste, o regulamento prevê até 30 dias de teste ao longo do ano, além da pré-temporada.
Em 2022, por conta da mudança das regras técnicas, foi estabelecido que alguns times, desde que selecionados, ficariam alguns dias após as corridas para poder fazer este trabalho de desenvolvimento. Embora um grande esforço seja feito nos laboratórios e se consiga simular muita coisa, o tempo de pista é importante. Neste ponto aqui acaba sendo problemática a simulação dos pneus para pista molhada (falaremos disso em outro momento).
Mas voltando aos pneus de 2023. Embora sigam com as configurações básicas deste ano (18”), será dado mais um passo para a abolição total dos aquecedores, prevista para 2024. Anteriormente, estavam marcados para 100º. Este ano, ficou estabelecido 70º para os 4 pneus. Isso já obrigou a um trabalho na estrutura e na composição da borracha.
Para 2023, a temperatura dos aquecedores está prevista para 50º. Isso implica em uma queda considerável para o funcionamento. Com a mudança de tamanho este ano, a janela de funcionamento teve uma alteração forte, trabalhando em faixas mais baixas e permitindo uma melhor gestão pelos pilotos, já que evitava o famoso “penhasco” (quando o pneu perde o desempenho de uma vez). A mudança de temperatura levou a usar compostos mais macios do que antes.
Quanto menor a temperatura de aquecimento, mas complicado para os pilotos conseguirem chegar à janela de funcionamento. Até agora, a Pirelli não deixou clara que linha está seguindo. Se for para seguir a lógica, deve mexer de novo na composição das borrachas, para que os pneus entrem em condição perfeita mais cedo. Só que deve trabalhar com pressões mais altas, o que reduz a aderência e torna a gestão mais problemática.
As equipes precisam dos dados da Pirelli o mais depressa possível. A fornecedora passa as mesmas informações para todos. A configuração dos carros vai mudar ligeiramente (o fundo do carro um pouco mais alto) e vai impactar na geração de pressão. Isso também mexe diretamente na situação das suspensões e os dados dos pneus são fundamentais aqui. E o sucesso ou fracasso de um projeto reside aqui.
Aguardemos o que nos reserva os 90 minutos dos Treinos Livres 2 do Japão e Estados Unidos para ver o que estes pneus nos reserva para a próxima temporada....