Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

A trágica história da família Bianchi no automobilismo

Jules Bianchi foi a última morte de um piloto na F1, mas a história de sua família tem antecedentes trágicos

21 ago 2023 - 07h00
Compartilhar
Exibir comentários
Jules Bianchi durante a temporada de 2014 na F1
Jules Bianchi durante a temporada de 2014 na F1
Foto: Wikimedia Commons

A família Bianchi tem tradição no automobilismo, os irmãos Mauro e Lucien nasceram na Itália, mas se mudaram para a Bélgica muito cedo, por isso corriam sob bandeira belga. Lucien era o mais velho, começou a carreira em 1951, no Rally Alpine. A estreia na F1 foi em 1959, mas nunca esteve regularmente na categoria, seu melhor resultado foi o 3° lugar no GP de Mônaco de 1968.

Mauro era três anos mais novo e começou mais tarde. Chegou a assinar um contrato com a Alpine para correr na F3, F2 e no endurance, que eram as principais na época, conquistou o GP de Macau de 1966, uma competição de F3. Em 1965, junto com seu irmão, conquistou os 500 Km de Nurburgring, a bordo de um Alpine M65. Mas os irmãos fariam história em outra corrida, a lendária 24 Horas de Le Mans.

Lucien participou da primeira Le Mans em 1956 e não parou até 1968. Foram duas vitórias por classe pela Ferrari e uma vitória geral, ao lado de Pedro Rodriguez, com o Ford GT40 em 1968. Mauro correu todas as provas entre 1962 e 1968, com exceção de 1963. Sua maior conquista foi a vitória na classe de protótipos de até 1.6 litros, em 1967, quando venceu ao lado do francês Jean Vinatier, com o Alpine A210.

Em 1968, enquanto Lucien estava comentando a vitória em Le Mans, se envolveu um acidente muito feio, os freios do seu Alpine A220 apresentaram uma falha, sem controle, acabou batendo e o carro explodiu, Mauro teve queimaduras graves e foi obrigado a abandonar a carreira.

Lucien Bianchi
Lucien Bianchi
Foto: Wikimedia Commons

Após a vitória em 1968, Lucien teve outro desafio no ano seguinte, assinou com a Alfa Romeo, para pilotar o modelo T33. Em março de 1969, durante testes, perdeu o controle do seu carro, bateu em um poste e morreu na hora. A família Bianchi só teria outro piloto de destaque nos anos 2000, seria Jules Bianchi.

O piloto francês nasceu em Nice, no ano de 1989. Desde muito pequeno já teve contato com o Kart. Quando tinha 18 anos, foi para o monoposto. Sua primeira conquista foi no mesmo ano: Fórmula Renault 2.0 Francesa. Em 2008, conquistou o 3° colocado na F3 Euro. Em 2009, foi campeão e assinou a academia da Ferrari.

Em 2010, foi 3° colocado na GP2 (F2). Em 2011, repetiu a posição e foi vice-campeão da GP2 Ásia. Em 2012,  foi vice-campeão na Formula Renault 3.5 e se tornou piloto de testes da Force India na F1. Em 2013, veio a vaga de titular na pequena equipe Marussia. Em 2014, conquistou o grande resultado da equipe: chegou em 9° lugar em Mônaco. Foram dois pontos essenciais para o time ficar na frente da Sauber e Caterham, sendo a 9ª equipe no mundial de construtores.

Parecia tudo indo bem, a Ferrari queria colocá-lo em uma equipe mais competitiva, provavelmente a Sauber, mas o destino acabou sendo cruel. O GP do Japão daquele ano iria acabar mudando os planos para todos. O final de semana já começou afetado por dois fenômenos naturais: o vulcão do Monte Ontake entrou em erupção, que prejudicou a chegada dos pilotos. Mas outro fenômeno mudou completamente o rumo, o tufão Phanfone estava se aproximando de Suzuka.

O domingo começou com muita chuva e existia uma previsão que a corrida não iria acontecer. A corrida começou com Safety Car e depois de duas voltas foi decretada a bandeira vermelha, o procedimento era o suficiente para validar a corrida com metade dos pontos.

Após 20 minutos, o tempo melhorou e os carros saíram novamente atrás do carro de segurança. A bandeira verde apareceu na volta 10. Bianchi largou em 18° lugar, já estava em 16°. Foram várias voltas sem entrada de Safety Car, Jules estava disputando a 17° posição com Adrian Sutil (Sauber). A disputa acabou na volta 41, quando Sutil aquaplanou na curva Dunlop.

Charlie Whiting não quis colocar Safety Car na pista, resolveu acionar uma bandeira amarela dupla no local, segundo a regra quando essa bandeira é acionada o piloto deve limitar a velocidade e estar pronto para parar o carro a qualquer momento. Na volta seguinte, Jules Bianchi também aquaplanou na mesma curva e bateu na traseira do trator que retirava o carro de Sutil da pista, um impacto de 254g, o equivalente a 2,286 toneladas.  

Logo após a batida, foi acionada a bandeira vermelha, ninguém entendeu nada no momento, já que a transmissão não mostrava nada. Só depois de algum tempo vieram notícias que de que Jules Bianchi tinha batido, a prova foi considerada encerrada. Nunca se vazou qualquer imagem oficial sobre o acidente, apenas uma gravação amadora feita por um torcedor no circuito. Existem relatos que as imagens do onboard do piloto francês foram mostrada para jornalistas em sala fechada e sem direito de filmagem no GP da Russia, a etapa seguinte.

Jules foi de ambulância até o hospital, não tinha consciência, foram meses de angústia até que no dia 17 de Julho de 2015, foi declarado como morto oficialmente. Foi a última morte oficial em um GP de F1, 20 anos depois de Ayrton Senna. São muitos detalhes que envolveram a morte, que merecem ser explicados em um artigo maior.

A família Bianchi tem muito a se orgulhar do grande legado que Lucien, Mauro e Jules deixaram para o automobilismo, infelizmente acidentes trágicos pararam suas caminhadas, mas este sobrenome está eternizado no mundo das corridas. 

Parabólica
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade