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Agora é oficial: Mattia Binotto fora do comando da Ferrari

Após semanas de muita especulação, veio o anuncio oficial: Mattia Binotto deixará a Ferrari em 31/12. Pode ser que deixe saudades...

29 nov 2022 - 09h28
(atualizado às 09h34)
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É oficial: acabou o reunado de Binotto na Ferrari
É oficial: acabou o reunado de Binotto na Ferrari
Foto: Scuderia Ferrari / Divulgação

Após dias de especulações, até com direito a um anúncio nem tão convicto de permanência, agora é oficial: Mattia Binotto não é mais chefe de equipe da Ferrari. Após 28 anos, o suíço entra em acordo e deixa a empresa que foi sua única empregadora.

A pressão era grande. A Ferrari criou diversas expectativas para esta temporada com o bem-nascido F1-75. Porém os erros estratégicos cometidos ao longo do ano nas provas, a aparente relação tensa com os pilotos (em especial Leclerc) e o desenvolvimento em pista acabaram por minar a gestão Binotto.

Sua ascensão ao comando foi o ápice de uma carreira que começou em 1995 na área de motores. Quando chegou ao posto máximo em 2019, Binotto veio para pacificar uma equipe que havia se dividido sob o comando de Maurizio Arrivabene. O jeito calmo e metódico parecia ser o mais indicado para reconstruir o espírito da Ferrari, além de ser um produto da estrutura da casa, conhecendo como funciona a politicagem interna.

Tendo todo o apoio do comando, Binotto aprofundou um processo de reorganização técnica que havia começado anos antes, com a “valorização da prata da casa”. 2019, quando entrou, a equipe se ressentiu dele dividir o papel de chefe de equipe e diretor técnico. Sem contar que as mazelas em termos de estrutura apareceram. Um novo simulador e uma revisão do túnel de vento vieram.

Com um novo regulamento vindo, o foco passou a trabalhar neste ponto para conseguiu dar um salto. Aí vieram a COVID e o até hoje mal explicado acordo com a FIA sobre os motores em 2020. Junte isso ao novo acordo técnico-financeiro.... Binotto sofreu mais um tiroteio, mas saiu prestigiado e fortalecido do processo, tendo a encomenda da reconstrução.

Lentamente, os frutos começaram a vir. Quando o F1-75 surgiu, parecia que todo o esforço havia valido a pena. Não se comprovou, mas Rory Byrne teria participado do processo de concepção e teria trazido toda sua experiência com efeito solo no início dos anos 80. O fato é que o carro andou bem logo de início e significava que a Ferrari poderia pensar de novo em brigar por vitórias e títulos.

Binotto sempre veio com o discurso de criar uma “mentalidade vencedora”, algo que existia na famosa “Era Schumacher”. Isso passava também por terminar com o pensamento de “porta giratória”, que era dar tempo de as pessoas desenvolverem seu trabalho com calma. Isso é muito bonito, mas na Ferrari, mesmo sem toda a pressão de anos atrás, acaba não funcionando sem respaldo.

As falhas de estratégia e os problemas de desenvolvimento acabaram por minar a ação de Binotto. Outros até questionaram a postura aparentemente passiva em relação a uma série de ações políticas da Ferrari, que, mesmo com o novo acordo comercial com a Liberty Media, segue tendo poder de veto.

Além disso, se coloca na mesa a gestão com os pilotos: primeiro, foi a “fritura” de Vettel no período 2019/2020. Posteriormente, a aparente desintegração da relação com Charles Leclerc. As imagens que surgiram após Silverstone, quando a Ferrari optou por não fazer uma priorização de posições e Carlos Sainz venceu sua primeira corrida na F1. Alguns dizem que ali foi um grande ponto de inflexão na relação entre os dois.

Binotto foi longe de ser brilhante, porém, analisando por determinados aspectos, cumpriu seus objetivos: reestruturou o time e levou a Ferrari de volta a tempos competitivos. Entretanto, sucumbiu mais uma vez à política interna, que sempre foi extremamente forte e que construiu e derrubou mitos. Como escrevi alguns dias atrás, a saída de Binotto agora seria um erro, embora compreensível em diversos aspectos (ver aqui).

Ele fica até 31 de dezembro, ajudando a terminar o projeto do próximo ano e preparando uma sucessão. Saiu ou foi saído? Muito se diz. O fato é que esta história acabou e a Ferrari sabe que terá de fazer um movimento firme neste sentido e que 2023 será mais um ano de reestruturação, com mais gente saindo e outros chegando.

Para quem conhece um pouco da história ferrarista, o padrão continua em ação. Mattia Binotto se junta a vários outros devidamente fritos pela histórica máquina de moer italiana. Disse ele a uma certa altura este ano que, se não fosse a Ferrari, seria carpinteiro. Algo que até aparenete se encaixa pelo seu estilo calmo, até certo ponto monocórdio. Certamente agora terá tempo para poder colocar esta vontade em prática. Com certeza, após a quarentena, deveremos ter um anúncio de que estará de volta à ativa. Alô Audi e Red Bull!

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