Alfa Romeo confirma troca finlandesa e coloca Bottas na vaga de Räikkönen na F1 2022
Confirmando uma informação trazida pelo GRANDE PRÊMIO, em junho, Valtteri Bottas vai mesmo para a Alfa Romeo em 2022, assumindo o cockpit deixado por Kimi Räikkönen, que se aposenta da F1 no fim do ano
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É oficial. A Alfa Romeo vai de Valtteri Bottas na temporada 2022 da F1. Com a aposentadoria de Kimi Räikkönen, a equipe optou por uma troca finlandesa, escalando o ex-piloto da Mercedes, que agora abre passagem para a desenhada ida de George Russell para a equipe chefiada por Toto Wolff. O já esperado anúncio do acerto do nórdico com a equipe de Hinwil foi confirmado na manhã desta segunda-feira (6). O vínculo é do jeito que Bottas queria: plurianual.
A negociação de Bottas com a Alfa Romeo foi noticiada em primeira mão no mundo pelo GRANDE PRÊMIO, ainda em junho, quando ainda a Mercedes desconversava sobre colocar Russell ao lado de Lewis Hamilton para a próxima temporada.
"Um novo capítulo na minha carreira está se abrindo. Estou animado para me unir à Alfa Romeo em 2022 e além, no que vai ser um novo desafio com uma marca icônica. O potencial em Hinwil é claro e estou adorando a chance de ajudar a liderar a equipe para a frente no grid, especialmente com os novos regulamentos em 2022, dando à equipe a chance de dar um salto de performance. Estou agradecido pela confiança que a equipe depositou em mim e mal posso esperar para retribuir essa fé: estou mais faminto do que nunca para correr por resultados e, quando chegar a hora, por vitórias", declarou o novo contratado da equipe ítalo-suíça.
Bottas vai trabalhar novamente ao lado de Frédéric Vasseur, com quem atuou lado a lado na ART Grand Prix na campanha que levou o finlandês ao título da antiga GP3, hoje FIA Fórmula 3, em 2011.
Valtteri Bottas será o novo piloto da Alfa Romeo pelos próximos anos na F1 (Foto: Alfa Romeo)
"É um prazer receber Valtteri na equipe e estamos ansiosos por nossa jornada juntos", disse o dirigente francês. "Com ele, trazemos para Hinwil um forte jogador de equipe, com experiência na ponta do grid. Valtteri foi uma parte integral de uma equipe que reescreveu os livros de história e tem quatro títulos de Construtores no nome dele: ele é o piloto certo para a Alfa Romeo dar um passo à frente em direção à ponta do grid", seguiu Vasseur ao mencionar a Mercedes.
"Nossa relação é antiga, de quando trabalhamos juntos em bem-sucedidas campanhas na Fórmula 3 e na GP3, e o talento e a habilidade dele ficaram evidentes desde então, apenas crescendo com o tempo", comentou. "Estou ansioso para vê-lo colocar essa habilidade para trabalhar pelo bem da equipe. O acordo multianual conosco dá a Valtteri e a equipe a estabilidade que precisamos para construir nosso projeto em um momento crucial da Fórmula 1. Estamos empolgados para ver o que o futuro reserva para nós", concluiu.
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Bottas, por sua vez, comemorou a chance de voltar a atuar ao lado do francês. "Conheço bem o Fred e estou ansioso para conhecer o resto da equipe com quem vou trabalhar, construindo relacionamentos tão fortes quanto os que eu tenho na Mercedes. Estou orgulhoso do que conquistei em Brackley e estou totalmente focado em terminar o trabalho enquanto lutamos por mais um título, mas também ansioso para os novos desafios que me aguardam no ano que vem", acrescentou o piloto.
Vasseur também ressaltou a chance de assinar um compromisso de longo prazo com o finlandês. "Dá a Valtteri e à equipe a estabilidade de que precisamos para construir nosso projeto num momento crucial para a F1. Estamos entusiasmados com o que o futuro nos reserva", concluiu.
O novo parceiro de Bottas ainda não foi anunciado, mas dificilmente será Antonio Giovinazzi, com a Alfa Romeo cada vez mais distante da Ferrari na parceria. Entre os vários nomes especulados, o que parece mais forte é o de Nyck de Vries, atual campeão da Fórmula E. Fréderic Vasseur, chefe da Alfa Romeo, é próximo de Toto Wolff, que ocupa o cargo na Mercedes, time no qual Nyck é reserva e conquistou o título da categoria de carros elétricos.
A aproximação de Nyck com a Fórmula 1 vem na esteira do anúncio da Mercedes, que mesmo após os títulos e pilotos e construtores na Fórmula E, vai se retirar do certame de monopostos elétricos ao fim da temporada 2021-22, seguindo os passos de Audi e BMW, que abandonaram a categoria neste ano.
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Valtteri Bottas vai defender a Alfa Romeo a partir da temporada 2022 (Foto: Steve Etherington/Mercedes)
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Valtteri dá sequência a uma certa tradição finlandesa no time. Além de Kimi, nos tempos de Sauber, a equipe também contou com Mika Salo e JJ Lehto.
Chamado por Toto Wolff para substituir Nico Rosberg a partir da temporada 2017, Bottas tem no cartel 9 vitórias e 17 poles, todas pela Mercedes, além dos vice-campeonatos em 2019 e 2020. Entretanto, o piloto de 32 anos faz em 2021 um de seus piores campeonatos pela equipe de Brackley: mesmo tendo marcado uma pole, em Portugal, e sete pódios — nos GPs do Bahrein, Portugal, Espanha, Estíria, Áustria, Inglaterra e Holanda —, Valtteri tem como marca registrada o desempenho abaixo do esperado pela Mercedes.
Bottas está em terceiro no Mundial de Pilotos e soma 123 pontos, atrás de Max Verstappen e Lewis Hamilton, os protagonistas na luta pelo título.
Grande responsável por levar Bottas para a Mercedes, Wolff destacou o trabalho do seu piloto ao longo dos últimos cinco anos em Brackley. E justificou a decisão que culminou com a saída do finlandês da equipe heptacampeã mundial.
"Não foi um processo fácil ou uma decisão simples para nós", disse Wolff. "Valtteri fez um trabalho fantástico ao longo das últimas cinco temporadas e deu uma contribuição essencial ao nosso sucesso e crescimento", destacou.
"Junto com Lewis, ele construiu uma parceria de referência entre dois companheiros de equipe no esporte, o que foi uma arma valiosa nas nossas batalhas no campeonato e nos empurrou para alcançarmos um sucesso sem precedentes", exaltou Toto. "Ele absolutamente merecia seguir com a equipe e estou satisfeito de que ele tenha podido escolher um empolgante desafio com a Alfa no próximo ano para continuar com a carreira em alto nível no esporte. Quando chegar a hora, ele nos deixará com uma enorme afeição de cada membro da equipe, e será para sempre uma parte da família Mercedes", destacou o chefe da Mercedes.
Valtteri Bottas conquistou nove vitórias na Fórmula 1. Todas pela Mercedes (Foto: Mercedes)
Em comunicado publicado pela equipe anglo-alemã, Bottas ressaltou o trabalho e o crescimento como piloto ao longo dos últimos anos e da sua contribuição para ajudar a fazer da Mercedes uma escuderia praticamente imbatível até 2021, a temporada mais difícil para o time desde o começo da era híbrida. "Estou muito orgulhoso de tudo que conquistamos juntos no meu tempo com a Mercedes ― e ainda não acabou, pois temos nosso maior desafio até aqui para tentarmos conquistar nosso oitavo título de Construtores", disse Bottas. "Quando olho para trás no meu tempo com a Mercedes, quero poder dizer que extraí cada gota dessa oportunidade e não deixei nada na mesa. Quero garantir que vamos terminar nosso tempo juntos como campeões", frisou.
"Foi um privilégio e um grande desafio esportivo trabalhar com Lewis, e a harmonia da nossa relação desempenhou um grande papel nos títulos de Construtores que conquistamos como companheiros de equipe. Mais adiante neste ano, chegará o momento de dizer adeus ― não chegou a hora, mas gostaria de agradecer Toto e a equipe pelo repeito na maneira como tomamos essa decisão juntos", falou. "Estou realmente satisfeito por ter escolhido meu novo desafio com a Alfa Romeo, uma empolgante e icônica construtora, e pela oportunidade de ajudar a liderar o time para a frente do grid. Estou faminto como sempre para correr por resultados e, quando chegar hora, por vitórias. Mas, por enquanto, a minha missão é clara: ataque máximo pela Mercedes até a última volta em Abu Dhabi", finalizou Bottas.
Antes da Mercedes, foram quatro anos de Valtteri na Williams, com grandes resultados, especialmente, em 2014 e 2015, quando fechou as temporadas dentro do top-5 do Mundial de Pilotos. Foram 9 pódios no período em Grove.
Räikkönen se aposenta com um título, 21 vitórias, 103 pódios, 18 poles e 45 voltas mais rápidas. O total de GPs ainda depende da versão final do calendário da F1 para 2021, mas fatalmente será acima de 350. O veterano vai para o GP da Holanda desta semana já com 344, sendo com sobras o piloto mais experiente da história do campeonato.
