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Alpine lembra caso Button e espera "não ter de ir à justiça" para manter Piastri em 2023

Otmar Szafnauer, chefe da Alpine, lembrou que, em 2004, Jenson Button foi anunciado como piloto da Williams para a temporada seguinte, mas foi obrigado pela justiça a cumprir o contrato com a BAR e ainda teve de pagar uma multa para a base em Grove

3 ago 2022 - 08h54
(atualizado às 08h57)
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Oscar Piastri
Oscar Piastri
Foto: Prema / Grande Prêmio

A primeira semana das férias da Fórmula 1 começou agitada para a Alpine. Primeiro, a base em Enstone se deparou com o anúncio de Fernando Alonso confirmando ida para a Aston Martin em 2023 — fato que Otmar Szafnauer só tomou conhecimento pelo comunicado oficial enviado à imprensa. Depois, aparentemente recuperada do baque, a equipe correu para anunciar a sua estrela em ascensão Oscar Piastri. Mas eis que o australiano resolveu usar as redes sociais para desmentir o acordo, pegando a todos de surpresa.

A questão é que, em meio à indefinição de Alonso — que negociava com a Alpine a renovação, porém queria permanecer por mais de um ano, enquanto o time oferecia um contrato condicionado ao desempenho do bicampeão —, Piastri começou a buscar outras opções para 2023. A primeira seria um empréstimo para a Williams por um ano, mas de acordo com a revista francesa AutoHebdo, Mark Webber, empresário do jovem, começou a negociar uma ida para a McLaren, para a vaga de Daniel Ricciardo.

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Jenson Button se viu em meio a uma disputa jurídica em 2004 e foi obrigado a permanecer na BAR (Foto: Reprodução)

Com Alonso se transferindo para a Aston Martin, a promoção de Piastri para a vaga do espanhol acabou sendo o caminho natural, mas não parece ser mais tão simples assim. Contudo, antes mesmo de o campeão vigente da F2 se manifestar nas redes sociais, negando o acordo, Szafnauer lembrou de outro caso envolvendo piloto e contratos no grid da F1: Jenson Button.

"Estou aqui há tempos e já vi esse tipo de coisa acontecer, de fato. Quando Jenson assinou com a Williams, mas acabou correndo na British American Racing Honda (BAR)", disse o dirigente. "Se você se lembrar daqueles dias, não houve absolutamente nenhum problema. Quer dizer, eu sei que Oscar é diferente de Jenson. Espero que não tenhamos de seguir esse caminho, de qualquer maneira", disparou.

O ano ao qual Szafnauer se refere é agosto de 2004. Na ocasião, Button, que corria na BAR, foi anunciado como piloto da Williams a partir da temporada seguinte. Mas a base em Brackley alegou a mesma coisa: que obrigações contratuais impediam a negociação e davam ao time o direito de exercer a opção de renovar com Button.

Os empresários do inglês, por sua vez, alegavam que uma cláusula contratual dava ao piloto liberdade para sair do time se a BAR não permanecesse com os motores Honda. O caso foi parar no Conselho de Reconhecimento de Contratos da F1 e, depois de inúmeras audiências, a BAR venceu a causa. Com isso, Button não só foi obrigado a continuar na equipe como ainda teve de pagar mais de £ 20 milhões (R$ 128 milhões, na cotação atual) à Williams como multa.

"Sua presunção foi 'Oh, um piloto quer ir para outro lugar'. Espero que não seja este o caso. Mas já vi isso, um piloto assinar incorretamente com outro time e aí ter de correr pela equipe com a qual ele havia assinado antes. E não teve nenhum problema. Jenson fez um trabalho estelar na BAR na ocasião e não acabou na Williams", acrescentou Szafnauer.

Enquanto o caso Piastri/Alpine promete estar longe do fim, outros pilotos aparecem como "plano B" para a base em Enstone, e um deles é Daniel Ricciardo. O próprio Szafnauer, inclusive, deixou a porta aberta para o atual piloto da McLaren.

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