Alpine se vê intocada por porpoising na temporada 2022: "Sabemos o que fazer"
A Alpine não sofre com os quiques neste início de ano e o diretor-técnico da equipe francesa, Pat Fry, acredita que questão foi solucionada para a sequência da F1
EXPLICANDO O DOMÍNIO DA FERRARI NA FÓRMULA 1 2022
O porpoising - ou efeito boto - é um dos grandes assuntos do início de temporada na Fórmula 1. Em equipes como Ferrari e Mercedes, o fenômeno é mais evidente. Apesar de não afetarem tanto o time italiano, que tem Charles Leclerc como líder do Mundial de Pilotos e está no topo entre os Construtores, os rebotes são dor de cabeça na Mercedes, que sente as dificuldades no novo W13. Na Alpine, o clima é de mais tranquilidade.
Diretor-técnico da equipe francesa, Pat Fry falou sobre como trabalhou para evitar o efeito na A522. Para ele, o efeito não é novo na categoria. "(Os quiques) Já existiam lá em 1987 quando entrei na Benetton, embora em menor escala. As saias laterais foram proibidas naquela temporada e estavam nas placas finais da asa dianteira, então tivemos, até certo ponto, este efeito", disse em entrevista ao site holandês RacingNews365.
Embora houvesse pouco conhecimento sobre o carro poder saltar ao entrar em contato com a pista em alta velocidade, a possibilidade nunca foi descartada pela equipe. "Pegou todo mundo de surpresa e, certamente, não tivemos esses problemas no simulador. Mas a maneira como projetamos nosso carro nos tornou muito menos sensíveis do que os outros", disse Fry.
Pat Fry acredita que o porpoising não vai afetar a Alpine nesta temporada 2022 da F1 (Foto: Renault)
Pat revelou, também, que a largura da A522 deu uma vantagem significativa em relação a outros carros no grid, devido à capacidade de endurecer o piso mais do que as outras equipes. "Se olharmos outros carros, eles eram horríveis. Como ele é acionado aerodinamicamente, quem optou por um perfil estreito, como uma garrafa de refrigerante, o suporte de piso fica muito distante".
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O diretor-técnico do time de Enstone falou sobre a maneira que projetou o carro para esta temporada. Como a A522 é menos sensível que os demais, a solução foi colocar um pouco mais de peso no chão para enrijecê-lo. "As outras equipes não fizeram isso, então, o perfil do nosso bólido é bastante amplo. O peso mais acima do que o imposto pela FIA vai nos dar condições de reduzir a rigidez por meio das atualizações".
Diante deste cenário, Fry acredita que isso ajudou algumas equipes a escapar do pior problema do porpoising. "Podemos induzir a estadia no piso e, ainda assim, sabemos como pará-lo. É uma folga para nós, mas todos temos de saber lidar com isso".
Fernando Alonso tem um nono lugar no Bahrein como melhor resultado até aqui na F1 2022 (Foto: Alpine)
O que é o porpoising?
São quiques provocados à medida que um carro dispara em velocidade crescente pela reta. Com o piso descendo até o chão, a quantidade de espaço através do qual o ar pode passar por baixo diminui. À medida que a lacuna diminui, a quantidade de ar passa pelo mesmo efeito.
Eventualmente, há um ponto sem retorno e nenhum ar pode passar fisicamente embaixo do carro. Quando isso acontece, o fluxo de ar é interrompido. Como resultado, o efeito de sucção é reduzido e o carro salta de volta para o ar, apenas para se deparar com o óbvio aumento do fluxo de ar, puxando o carro para baixo novamente. Isso desencadeia um ciclo de quiques cada vez maiores à medida que a velocidade do carro aumenta.
Esteban Ocon somou pontos nas três corridas da F1 em 2022 (Foto: Alpine)
Esteban Ocon pontuou nas três corridas da temporada até aqui, enquanto Fernando Alonso tem um nono lugar conquistado no GP do Bahrein. A Alpine é a quinta colocada do Mundial de Construtores com 22 pontos, dois a menos que a McLaren.
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