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Asas e F1: FIA pode impactar o campeonato mesmo antes de começar

Caso a FIA decida pela introdução de novas regras sobre a flexibilidade das asas na F1, o campeonato pode ser afetado antes mesmo de começar

1 fev 2025 - 10h41
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Mais uma vez, as asas entram em discussão na F1
Mais uma vez, as asas entram em discussão na F1
Foto: Pirelli Motorsport

Nunca subestime a capacidade de piora de alguma coisa. Esta é uma adaptação de uma frase muito escutada em algumas áreas. Porém, se eu fosse colocar aqui literalmente, talvez sofresse um belo cancelamento. Desta forma, daremos uma amenizada. Porém, diante das notícias vindas na última sexta, se aplica muito bem à Dona FIA.

O holofote agora se vira para as asas flexíveis. Não é de hoje que este tema aparece no cenário da F1. A última encarnação foi no ano passado, quando alguns times, notadamente a McLaren, começaram a investir na flexibilidade das asas, especialmente na dianteira.

Por conta da incrível quantidade de pressão aerodinâmica gerada, a FIA concede que haja uma certa flexibilidade. Aí entra a questão da resistência de materiais (cadeira que tira o sono de muitos estudantes de Engenharia) e para manter a integridade da peça. Para tal, hoje o regulamento prevê uma série de testes para verificar se o estabelecido no regulamento quanto a este ponto é cumprido.

No caso das asas dianteiras, o regulamento técnico, em seus itens 3.15.4 e 3.15.5, prevê que a carenagem não pode ceder verticalmente mais do que 15 milímetros e as aletas não podem passar de 5 milímetros quando aplicada uma carga de 60 N (cerca de 600 kg).

Os times investiram muito em como fazer a aplicação da fibra de carbono na fabricação. Como falamos aqui em alguns artigos, a fibra de carbono nada mais é do que um fio, que une resistência e leveza. Combinado com outros elementos como o kevlar, pode fazer toda a diferença como esta construção é feita, podendo gerar o máximo de pressão aerodinâmica sem criar tanto arrasto. Aqui entra a questão de aguentar ceder dentro do regulamento sem quebrar.

A importância aqui é grande. A asa dianteira é onde o ar faz o primeiro contato com o carro, iniciando o direcionamento de como irá percorrer, buscando a combinação entre geração de pressão aerodinâmica com a menor resistência possível (arrasto). Se você acha o “pulo do gato” de fazer a asa ceder, aí vem a diferença.

Não é à toa que a McLaren deu um salto nas últimas temporadas. Talvez tenha sido quem mais tirou proveito da flexibilidade das asas, embora a FIA tenha reforçado a fiscalização. Alguns atribuem este ganho à chegada de Rob Marshall, ex-Renault e Red Bull. Marshall é um engenheiro de mão cheia e que já mostrou sua competência antes (o amortecedor de massa da Renault de 2005/6 é obra dele).

Red Bull e Ferrari gritaram conta isso e a FIA não vou problema algum, embora tenha reforçado a fiscalização com câmeras. Neste sentido, a Ferrari também investiu tempo para fazer a sua asa flexível e teve ganhos no final da temporada passada. Mercedes também foi neste caminho e apresentou alguma melhora. A Red Bull também olhou com atenção a situação, mas foi para outros caminhos para resolver o RB20.

Dona FIA anunciou que olharia melhor toda esta situação. Inicialmente, soltou uma Diretriz Técnica e disse que não faria mais alterações neste sentido, inclusive o mesmo texto para 2025. Assim as equipes se prepararam para esta temporada.

Mas eis que um movimento parece tomar forma. Os italianos da Auto Racer trouxeram nesta sexta (31/01)que a FIA estaria trabalhando em uma mudança nas regras para restringir a flexibilidade das asas dianteiras e que uma nova Diretriz Técnica seria implantada a partir de maio. Os rascunhos já estariam sob análise das equipes, dentro da sistemática de discussão implantada na F1.

Porém, ao fazer isso, a FIA abriria margem para termos dois campeonatos: 5 etapas com o regulamento atual (Austrália até Arábia Saudita) e depois o restante das etapas com outro balizamento.

Já vimos isso acontecer antes. A última vez foi em 2022, quando a FIA trouxe uma nova sistemática para a altura dos carros a partir da Bélgica e a Red Bull levou de braçada a segunda parte do campeonato.

Para as equipes, é uma condição muito complicada, pois como estes carros são extremamente sensíveis a qualquer alteração, exigira um esforço de tempo e dinheiro para adequar às novas diretrizes, ainda mais agora no momento em que os carros desta temporada já estão prontos e começa a se pensar nos pacotes de desenvolvimento, com base na validação dos dados iniciais obtidos em pista.

Numa análise inicial, com base nas notícias que chegam, dá-se a entender que a FIA considerou as reclamações de Red Bull, Ferrari e Mercedes e resolveu trabalhar nesta alteração de regras. Mas o pior caso aqui é o tempo de aplicação. Com isso, joga nuvens sobre o campeonato que nem começou e teria tudo para ser um dos mais disputados dos últimos anos. Os testes no Bahrein darão mostras da situação.

Por isso tudo, a frase que começa este artigo se aplica muito bem à FIA. Aguardemos.

Parabólica
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