Aston Martin traz primeira grande mudança do ano no Canadá
Em seu GP “caseiro”, a Aston Martin traz seu primeiro grande pacote aerodinâmico para tentar se manter como o “melhor do resto”. Saiba mais
Uma das boas surpresas de 2023 é a Aston Martin. Após 2 anos bem discretos, a equipe fez um grande trabalho de reestruturação, incluindo a chegada de técnicos de ouros times e de Fernando Alonso. O AMR23 apareceu já na pré-temporada como um carro muito consistente.
Mesmo com a Red Bull à frente, Fernando Alonso mostrou que poderia andar no mesmo passo de Mercedes e Ferrari. Não à toa, o espanhol chegou no pódio em todas as corridas deste ano, com exceção da Espanha, onde o acerto foi errado e o assoalho tinha problemas.
Porém, a dúvida que surgiu entre todo o mundo da F1: será que a Aston Martin consegue manter o ritmo de desenvolvimento?
A Aston está gastando uma enormidade para a construção de uma nova sede, mas que só estará totalmente operacional para 2024. Para este ano, ainda usam os recursos da fábrica de Silverstone e o túnel de vento da Mercedes em Brackley. Mas os técnicos comandados por Dan Fallows (ex-Red Bull) trouxeram um pacote para o Canadá, que podemos chamar de um GP “caseiro”.
Para Montreal, a equipe trouxe um novo conjunto de asas e principalmente uma nova lateral. Um dos problemas do AMR23 é o arrasto excessivo (maior resistência ao ar, que prejudica a velocidade final). E desta vez nem dá para colocar a culpa no conjunto mecânico da Mercedes...
Como Montreal tem trechos consideráveis de velocidade, a Aston optou por focar este pacote para esta prova (e servirá também para Áustria e Silverstone). Como um ano atrás, a inspiração veio da Red Bull e trouxe novas soluções. O objetivo era aumentar a canalização do ar para aumentar a eficiência do trem traseiro(difusor).
A entrada de ar lateral foi modificada para permitir “escavar” um pouco mais este trecho, bem como o restante da parte inferior. No face superior, o “escorregador” (que falamos nisso no início do ano), foi bem modificado, como fica claro na foto do Albert Fabrega.
Os técnicos da Aston optaram por arredondar mais a área do “escorregador”, lembrando o que a Ferrari fez ano passado no F1-75. O objetivo aqui é usar a teoria do efeito Venturi ao pé da letra: estreitar o trecho onde o ar passa e aumenta a velocidade que passa por ele. Isso combinado com o efeito Coanda (o fluido se adapta à forma por onde passa), acaba por diminuir um pouco o arrasto.
Sem contar uma modificação bem ligeira no capô do motor, onde foi colocada uma pequena barbatana para tentar direcionar melhor o ar que vai para o aerofólio traseiro.
Pode parecer pouco, mas é a junção destas pequenas melhorias que trazem os grandes ganhos. Em um grid em que vemos 10,12 carros andando no mesmo segundo, qualquer milésimo faz diferença. A Aston Martin sentiu o gosto de andar no grupo da frente e não quer perder o seu lugar.