Binotto se diz convicto de esforços e afirma que deixa Ferrari "unida e em crescimento"
Mattia Binotto decidiu sair da Ferrari após 28 anos e uma temporada 2022 na Fórmula 1 permeada por críticas. Mesmo assim, disse que deixa uma equipe "pronta para alcançar objetivos mais elevados no futuro"
A confirmação da saída de Mattia Binotto da Ferrari após um casamento de 28 anos veio nesta terça-feira (29) após muitos rumores de crise em Maranello, principalmente por conta dos erros fatais de estratégia que contribuíram para a conquista precoce de Max Verstappen este ano. Mesmo assim, o italiano encerra o ciclo convicto de que fez tudo para levar o time novamente ao topo da Fórmula 1.
Ao todo, foram quatro temporadas como chefe da equipe mais tradicional da história da F1. "Com o pesar que isso acarreta, decidi concluir minha colaboração com a Ferrari", começou Binotto, em comunicado oficial emitido pela Scuderia. "Saio de uma empresa que amo, da qual faço parte há 28 anos, com a serenidade que advém da convicção de que fiz todos os esforços para atingir os objetivos traçados", acrescentou.
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O futuro ex-chefe disse ainda que deixa uma equipe "unida e em crescimento, uma equipe forte, pronta para alcançar os objetivos mais elevados, para a qual desejo as maiores felicidades no futuro". "Penso que é certo dar este passo neste momento tão difícil quanto foi, para mim, esta decisão. Gostaria de agradecer a todas as pessoas da Gestione Sportiva que dividiram comigo este percurso, feito de dificuldades, mas também de muita satisfação", encerrou.
Com uma trajetória que se mistura com a da própria categoria, nascida em 1950, a Ferrari ostenta o posto de maior campeã de construtores, com 16 títulos — sete a mais que a segunda colocada, Williams. Mas a escuderia do cavalinho rampante perdeu seu protagonismo na era pós-Schumacher, frente a adversários que, pouco a pouco, começaram a ditar o ritmo. Primeiro, a Red Bull, depois, a Mercedes.
Veio, porém, 2022, e uma mudança de regulamento abriu mais uma vez a oportunidade para Maranello recuperar o posto que por tanto tempo ocupou. Com Binotto no comando, o time saiu na frente e ensaiou um domínio após as vitórias de Charles Leclerc no Bahrein e na Austrália. A F1-75 era versátil, e o forte motor Ferrari ajudou a empurrar o time.
O adversário, no entanto, era perigoso: Verstappen, embalado após a vitória histórica no ano anterior. Qualquer vacilo poderia ser fatal, e não faltaram bobeadas do lado de Maranello. Foram erros dos pilotos, a confiabilidade comprometida, mas a gota d'água passou a ser o bate-cabeça nos boxes, com decisões estratégicas que custaram vitórias certas, como na Inglaterra e na Hungria.
Paralelamente, a Red Bull crescia, e foi questão de (pouco) tempo até assumir o controle da temporada. A Ferrari, por sua vez, ainda colecionava erros, e a saída de Binotto começou a ser dada como certa pelos principais veículos da mídia italiana.
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